De tempos em tempos, geralmente numa frequência menor do que gostaríamos, algumas empresas e marcas desenvolvem ações de relacionamento que valem a pena ser divulgadas. O caso aqui é da Johnson & Johnson, especificamente da marca de absorventes íntimos O.B., que, em 2010, no Canadá (não, não tem nada a ver com a Luiza!) deixou de disponibilizar tampões O.B. no mercado, com a justificativa de problemas de fornecimento.
Embora as causas do sumiço do produto ainda não estejam claras, a Johnson & Johnson está retomando a distribuição este ano, e junto com o retorno, as consumidoras estão recebendo um pedido de desculpas original e personalizado: um hotsite em que a cliente digita seu primeiro nome e, em seguida, uma canção que pede desculpas de forma romântica, gravada especialmente para esse fim, é tocada ao piano e cantada com o nome da consumidora. Ao final do vídeo, ainda surge um banner com a mensagem: “Obrigado. Nós lhe devemos uma. Clique aqui para ganhar seu cupom O.B.”
Namorados, parceiros, maridos e outros personagens da vida real que estão precisando urgentemente do perdão da mulher amada já estão buscando formas de enviar o vídeo com o nome dela incluído para tentar demovê-las e serem desculpados às custas do O.B. O que não deixa de ser curioso e até cômico se levarmos em consideração as questões anatômicas e íntimas do produto…
Por mais brega que possa parecer, trata-se de uma ação de relacionamento muito bem pensada e otimamente executada, que tem sido divulgada nas redes sociais e vem ganhando cada vez mais admiradoras.
Assumir a responsabilidade pelo sumiço do produto, atender o clamor das consumidoras recolocando-o no mercado, e pedir desculpas individualmente, mesmo sabendo que é impossível identificar, uma a uma, todas as mulheres que o consomem, é reconhecer que “conversar” com o público e buscar cativá-lo, da mesma maneira que em relacionamentos pessoais, é um caminho indiscutível para estabelecer a sustentabilidade do negócio. A fidelidade dos consumidores é o que garante a continuidade da produção e venda e portanto da viabilidade econômica da empresa, sem a qual é impossível desenvolver e aplicar a responsabilidade social e com o meio-ambiente.
E quando o público é feminino, é preciso superar Freud: saber, entender e atender “o que querem as mulheres”. Neste caso, a Johnson & Johnson e o O.B. canadenses foram mestres. Fiquei aqui pensando… Por que isso ainda é tão difícil de ser processado pela maioria das empresas e agências que cuidam da comunicação e publicidade? Pior! Por que isso ainda é tão difícil de ser processado pela maioria das pessoas – em especial os homens?
Enquanto você pensa nisso, coloque seu nome na entrada da página de desculpas do O.B. e curta a canção que foi feita especialmente para você! Pode até ser meio bobo, mas é bem divertido. Afinal, é bom a gente ouvir alguém dizer que merecemos o melhor e mais. Eu curti! 😉
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