Comecei a escrever este texto como comentário ao post do Pedro, RP é TOP10 em geração de vagas, #SoQueNao, procurando explicar onde estava o nó da questão, mas ficou tão longo que achei melhor transformar em outro post. 🙂
Sem entrar na discussão de “trabalho está fácil ou difícil” (mas tá difícil!), a questão é o cuidado que precisa ser tomado quando se buscam os parâmetros para realizar uma pesquisa.
A “família” 2351 – Relações Públicas, Publicidade, Mercado e Negócios, até pela descrição que vemos das atividades, está muito mais relacionada a tarefas e funções técnicas: criador, redator, assistente, operador… Essa descrição está obsoleta, conforme consta no próprio site do Ministério do Trabalho, Portal do Trabalho e Emprego (http://www.mtecbo.gov.br) e refere-se à versão de 2008 da CBO – Classificação Brasileira de Ocupações.
Vejam que, na nova versão de 2013, nós, Relações Públicas, estamos relacionados na “família” 1423 – Gerentes de Comercialização, Marketing e Comunicação, o que tem muito mais relação com a nossa formação, já que, para todos os efeitos, somos “gestores da comunicação”.
Na descrição sumária, que inclui gerentes Comerciais, de Comunicação, de Marketing, de Vendas, Relações Públicas, Analista de Negócios, e Ouvidor, lê-se:
Elaboram planos estratégicos das áreas de comercialização, marketing e comunicação para empresas agroindustriais, industriais, de comercialização e serviços em geral; implementam atividades e coordenam sua execução; assessoram a diretoria e setores da empresa. Na [respectiva] área de atuação, gerenciam recursos humanos, administram recursos materiais e financeiros e promovem condições de segurança, saúde, preservação ambiental e qualidade.
Assim está bem melhor, não é?
Pena que o IPEA trabalhou com informações da versão antiga da CBO, porque infelizmente ficamos com um panorama míope ou embaçada (ou ambos) da realidade no que se refere à nossa profissão e ao mercado de trabalho de maneira geral. E, para ser sincera, acredito que cairíamos – e muito – nesse ranking, já que, por questões hierárquicas óbvias, uma empresa tem muito menos gerentes do que tarefeiros.
Quem quiser ir mais a fundo no assunto, é só ir furungar no site que apontei lá em cima, ler as Informações Gerais, Regulamentação, fazer as buscas e pesquisas. É bacana, é conhecimento, é aprendizado e quem sabe venha a contribuir para vocês lembrarem de sempre buscar as informações mais recentes quando forem planejar e executar uma pesquisa.
Abraços a todos e até a próxima!
Ana, faz todo o sentido. O estudo analisou dados de 2009 a 2012, o que justifica a classificação antiga.
Engraçado que na busca que eu mesmo fiz, se deixar apenas "família" selecionado, ele encontra a classificação antiga e NÃO diz que existe a nova! :-S
Gostei da análise. Obrigada por facilitar o acesso dos Relações Públicas a essas informações.