Final de semana, programinha a dois, cineminha….. Fila, atraso e sessão lotada! Ô programão! Na hora de comprar ingresso indago “E aí, o que vamos ver agora?”
A resposta, básica de qualquer mulher é: “Á, sei lá!”
Pelo “sei lá” propus: “Vamos ver 5X Favela? Escutei boas criticas sobre o filme, são 5 curtas feitos por comunidades do Rio d’janiero, parecem ser legais!”. Topado, #partiu!
O longa, produzido por Cacá Diegues e Renata de Almeida Magalhães, e composto por 5 curtas, foi premiado 7 vezes no festival de cinema de Paulínia, incluindo os de melhor filme pelos jurados E pelo público, além de ter sido muito aplaudido em Cannes. Trata-se de uma “continuação” do projeto Cinco Vezes Favela de 1962 onde cinco diretores, incluindo o próprio Diegues, subiram os morros para fazer curtas sobre as realidades locais. Desta vez a idéia foi dar às comunidades o papel de “autores” das histórias e suporte de coordenação da equipe de Diegues agregando assim ao nome original o “Agora por nós mesmos”.
Os roteiros foram criados em oficinas de diferentes comunidades do Rio onde participaram inclusive projetos como o Afroreggae e Nós do Morro. A direção também foi feita por cineastas que participaram destas oficinas, assim como atores e a produção.
O filme, que vem na onda de outros tantos nacionais que retratam realidades das comunidades cariocas, traz um enfoque diferente. Aborda a realidade, o dia-a-dia das comunidades, como vivem, o que pensam e fazem e como encaram problemas normais ao cotidiano de qualquer pessoa, independente de sua classe social. Problemas simples e fora da realidade de muitos dos espectadores também são abordados, claro, e nos fazem refletir sobre temas como responsabilidade, escolhas, ideais, valores e, principalmente, ética.
Este é o primeiro post “dica para o fim de semana” do relações. Se ainda não tem programa, veja o trailer do filme abaixo, leia os “resumos de cada história” e divirta-se. Segunda volte para contar o que achou :-).
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Fonte de Renda: Maicon, morador de comunidade, entra na faculdade em direito. As diferenças aparecem quando o dinheiro para pagar os livros, materiais e transporte, começa a faltar. O conflito fica por parte do consumo de drogas pelos colegas, de classes altas e é aí que a trama se desenvolve.
Arroz com Feijão: O bê-á-bá de muitas famílias do país: Falta do que comer. Como é aniversário do Pai, Wesley resolve se juntar com um amigo para ganhar uns trocados e comprar um frango para o jantar do pai! O conflito de classes aqui é forte, o conflito com a ética também, mas é um dos meus favoritos!
Concerto para Violino: O mais violento dos curtas, Concerto para violino traz a realidade das guerras nos morros, a “integração” entre polícia e bandido para “bem comum” e resgate dos valores de cada um.
Deixa voar: Entre as próprias comunidades existem diferenças. O filme retrata como elas são trabalhadas e o que é capaz de motivar a “quebra” de conceitos existentes. No papel principal, uma pipa e uma paixão adolescente!
Acende a luz: É o mais divertido dos curtas. Aborda de forma despojada e direta como a falta de luz interfere na vida das pessoas. Mais, como é encarado este problema por quem é responsável por solucioná-lo. Traz valores fortes que caracterizam as comunidades do Rio.
Não vi e não gostei.