No primeiro post do ano, uma das ideias era trazer alguma perspectiva ou tendência para 2012 em relação a coluna. Como eu trago ações ou campanhas, muitas de publicidade, para que possam nos instigar e inspirar em nossos planejamentos de RP, pensei justamente nessa cisão ou problemática que existe entre Relações Públicas e Publicidade e Propaganda: uma disputa por certas “searas” do mercado e de quem faz melhor. Pelo menos é o que eu vejo e sinto, ainda mais atuando como assessora de imprensa do mercado publicitário – conheço os dois lados da moeda.
Eis que na primeira edição do jornal Meio&Mensagem deste ano, havia um especial com as oportunidades para este ano com artigos de players do mercado. Entre eles, o texto de PJ Pereira, head da Pereira&O’Dell em São Francisco/CA (leia aqui), sobre a ascensão da atividade de Relações Públicas no mercado publicitário. Sim, um publicitário valorizando nossa atividade alinhada com a atuação dele AND numa edição que recebia o título “O que esperar de 2012”! Significa?
Acabei lembrando de um evento que tive a oportunidade de conferir no último dia 28 de novembro, o GP 1+1, conferência anual que se caracteriza como a maior da área de planejamento das Américas. Com o tema “Integração, Colaboração e Interdependência” (atenção a esse título que pautou todas as apresentações!), o evento – que também tem foco publicitário – trouxe entre seus palestrantes Mark Aronson, Senior COG (Cognitive Anthropologist) da Crispin Porter + Bogusky (CP+B), uma das agências referência no mundo. O que me chamou atenção na sua fala foi justamente sobre o seguinte slide:
Tradução livre: “Não começamos a criar anúncios antes de escrevermos um press release”.
Pra não falar que eu estou enganando vocês, olha o Mark aqui com o slide lá atrás 😛
Mark mencionou que a produção de um release no processo de criação de qualquer campanha da agência mostra que eles, planners e criativos, precisam ter algo interessante de fato. Por quê? Porque ao escrever um release de uma campanha publicitária, no briefing, nós Relações Públicas trazemos o olhar de fora que quer entender tudo sobre a campanha, a concepção, as referências, o objetivo e, principalmente, seu diferencial. É esse questionamento, olhar amplo e externo – para poder “vender” a pauta para o jornalista, no caso de assessoria de imprensa – que aguçam eles a irem além e criarem algo realmente relevante!
Não sei vocês, mas achei sensacional o fato dos publicitários incluírem o RP no processo de criação, justamente valorizando e entendendo que a atividade é complementar, que contribui para a profissão deles e que a comunicação realmente é integrada! Se o Relações Públicas iria aparecer apenas lá na frente para receber o briefing da campanha para divulgar, então, por que não inseri-lo no começo das etapas? Particularmente, achei um exemplo que poderia ser seguido por muitas outras agências 😉
Não sei até onde o Mark tem participação nessa inclusão, já que ele é formado em RP rs, mas também serve para mais um exemplo: nos formamos RP’s, mas isso não significa que não podemos atuar, no caso, com publicidade! Tive, inclusive, uma chefe que teve a oportunidade de atuar na área de atendimento de uma agência de propaganda #ficadica
Então eu volto ao ponto que iniciei o post: a rivalidade entre as áreas. Hoje nós falamos tanto de comunicação integrada, mas realmente vemos isso no dia a dia? Esses dois exemplos trazem a minha perspectiva (ou seria vontade?) para 2012 – que cada vez mais vejam, compreendam e valorizem nossa profissão, principalmente aqueles que estão no mesmo mercado – o de comunicação. Vamos parar de “preconceitos” entre as atividades e vamos aproveitar o melhor de cada uma. Pegando o bonde do tema do GP 1+1, vamos integrar de fato, colaborar, pois a comunicação é uma interdependência das áreas não!? Afinal, o objetivo final é fazer nossos clientes felizes e trazer resultados!
Essa é a mensagem que deixo e vou pautar meus posts na coluna esse ano: continuar trazendo ações e campanhas, criadas ou não por RP’s, publicitários, marketeiros…o importante é ter bons cases e exemplos para buscarmos novos patamares!
E o espaço aí embaixo é seu pra comentar os exemplos e se concorda ou não com o questionamento!
Beijos e até o próximo caso 😉
Muito bom Lívia, concordo plenamente, sempre conversei com meus amigos de PP e outras profissões da área que a integração com colaboração (sem rivalidade) é um componente da fórmula para o sucesso dos projetos.
Adorei o post peço licença para divulga-lo no meu blog com as devidas fontes.
Beijos
Renata Arruda
@rrenataarrudas
Oi Renata!
Que bom que curtiu!!! Fiquei muito feliz com o comentário 😉
É isso! Vamos nos unir para o sucesso dos projetos!
De verdade, fiquei lisonjeada com o pedido! Aqui no Blog relações nós temos a politica Creative Commons. Por isso, você pode pegar partes do texto, produzir um texto próprio mencionando/sugerindo leitura desse post, seria legal ter a sua opinião, por exemplo, ou outra pessoa citando o post…enfim, algo nessa linha, e citar a fonte. Pode ser?
Obrigada pelo feedback!!
Beijos!
Vamos só lembrar que na década de 80 havia o bacharelado em Comunicação Social, não facetado em habilitações pretensamente estanques. Esta coisa de caixinhas de publicidade, RP, jornalismo e outras só serve para o mercado editorial lançar mais livros, pras escolas particulares lançarem mais cursos e para os sindicatos e conselhos aumentarem a distância entre as áreas que são híbridas e irmãs.
Oii Cogo!
Obrigada pelo comentários e pelas informações pra completar aqui 😉
Beijos!
Lívia, eu sou a favor do curso básico de comunicação social, da desregulamentação e de tantas outras coisas que evitem cisões e que enalteçam a integração das comunicações. Adorei seu post! 🙂 Beijos, @carolterra.
Oii Carol!
Fiquei feliz em saber que gostou do texto! Obrigada 😉
Muito se fala sobre o curso de comunicação como um todo e não nas "caixinhas" como o Rodrigo mencionou acima. As vezes acho que poderia ser solução, outras acredito que o estudante/formando vai procurar a sua especialização posterior e voltaremos ao mesmo ponto. No final, acabo crendo na mesma coisa: que temos que começar a valorizar todos os segmentos da comunicação e agregar, sem disputas por tudo e todos, sabe?! Bom, veremos…rs!
Beijos!
Oi Lívia, parabéns pelo post! Achei muito legal esta sua linha de posts em mostrar aquilo que de fato funciona independente de ser ou não algo promovido por um RP. Infelizmente, estando universitário, ouvi muito dos professores que "só o RP pode isso ou aquilo", "que nós somos os mais indicados pelo fato de termos o arcabouço teórico e blá blá blá…" E quando você sai da universidade e se depara com a realidade do mercado, aí você entende algo diferente; Melhor para alguma função específica da comunicação nem sempre é aquele que é diplomado na área de RP, mas sim o que tem mais competência, experiência, habilidade e conhecimento para exercer tal função.
Não quero gerar polêmicas maiores, mas acho que muitos RPs precisam entender (desde a universidade) que o mundo não é cor de rosa e feito apenas para nós aturamos isoladamente como salvadores da pátria, precisamos trabalhar mais integrado com TODAS as áreas. #prontofalei rs
Fabio! Faço das suas palavras as minhas!!! Tim tim por tim tim! rsrs
O mercado é tão diferente em algumas áreas do que vemos em sala de aula…e essas "brigas" por espaço no meio acadêmico não fazem sentido quando aprendemos e vemos na prática que é integrando todos que temos resultados maiores e melhores!
Fico mto mto feliz que curta essa linha de post 😉
Bjão!
Adorei o post! Muito interessante.. estou me formando em rp e percebo essa "concorrência" entre essas duas áreas como se fossem inimigas e não complementares.
Oi Ana!
Na faculdade vemos isso e não é só RP e PP, mas sei de medicina e fisioterapia e tantas outras áreas afins. Eu sou da bandeira que temos que ver e aprender com todos para encontrar novas soluções, inspirar para novas ideias e crescer profissionalmente!
Boa sorte durante o curso e no mercado 😉
Beijos!
Isso que é comunicação integrada, ótimo texto!
Oi Renata!
Obrigada pela sua presença e comentário aqui! E sim, vamos torcer para que esse exemplo se multiplique né? 😉
Beijos!