O maior erro de comunicação interna que uma empresa pode cometer é pensar que a equipe de Comunicação é a única responsável por fazer com que as informações cheguem de forma clara para todo o público interno. A verdade é que cada funcionário tem sua parcela de responsabilidade na disseminação das informações entre seus pares. O papel que cabe aos comunicadores é organizar, definir os melhores canais, para que as notícias sejam multiplicadas e cheguem ao maior número de pessoas possível.
Em tempos de criação ininterrupta de informação, o líder de equipe assume papel fundamental no processo de transmissão e segmentação de dados. Utilizar este grupo de colaboradores para tornar a comunicação mais efetiva torna-se vantagem competitiva. Os superiores imediatos são o principal elo entre camadas de uma organização, ligação direta entre alta administração e chão de fábrica. Integrar este público traz dividendos importantes dentro das ações de comunicação e deve-se considerá-los como canais eficientes de transmissão da informação.
Um estudo elaborado, em 2011, pela instituição americana International Association of Business Communicators (IABC) revelou que os superiores imediatos são os principais responsáveis pelo engajamento de um funcionário. Na pesquisa, 44% dos entrevistados consideram forte a influência da participação dos líderes no envolvimento dos funcionários com o trabalho. Outros 41% citam como moderada a influência de seus chefes e apenas 15% indicam que os superiores não possui nenhuma relação com o engajamento de suas equipes.
O segundo fator listado como relevante para que um funcionário sinta-se engajado é a Comunicação. Neste quesito a pesquisa aponta para os mesmos 85% de funcionários que se dizem influenciados pelas ações de comunicação, com 39% deles indicando como forte esta influência. A participação dos líderes e a comunicação são, segundo a pesquisa, mais importantes que programas de reconhecimento e benefícios.
Um estudo deste nos mostra que, além de uma comunicação clara e efetiva, utilizar canais não convencionais para a absorção de uma mensagem é muito válido. Envolver as lideranças na composição do plano de Comunicação pode garantir força às mensagens emitidas em veículos internos.
Vale ressaltar que nem todos os líderes possuem formação em Ciências Humanas e Sociais. Logo, é necessário que seja construído um ambiente que os capacite a interagir com suas equipes de trabalho, para aproveitar os benefícios desta relação.
Um grande exemplo foi uma empresa que projetou gincana corporativa para integração dos funcionários. A divulgação do evento foi direta com todos os públicos, nos canais mais amplos e abrangentes. Os líderes seriam os responsáveis por efetuar as inscrições. As atividades seriam realizadas no horário do expediente. Tudo muito bom, exceto por um detalhe: nenhum dos superiores diretos foi avisado sobre o evento. A reação foi a pior possível, inclusive com recusas de participação. A alegação era de não haver tempo hábil para organizar demandas do trabalho diário, para conceder liberação aos funcionários que se dispusessem a participar. O resultado, obviamente, foi o cancelamento da atividade.
Todos os esforços para comunicar ficam mais fáceis quando emissor e receptor possuem conhecimento mútuo. Neste aspecto, os líderes são grandes aliados das equipes de Comunicação. Tornam-se protagonistas, disseminando as informações necessárias, coletando feedbacks e construindo uma relação direta, amistosa e inspiradora.
Fernando Campos Ribeiro (@fcribeiro1), 29 anos é pós Graduando em Comunicação Empresarial, pela Universidade Metodista de São Paulo, pós Graduado em Marketing, pela Universidade Católica de Santos (Santos, SP) e Bacharel em Jornalismo, pela Universidade Santa Cecília (Santos, SP). Adotou a Comunicação Organizacional como área de paixão, pesquisa e atuação. Direciona os estudos para práticas de Comunicação Interna. Edita o blog Conversando Comunicação, canal de discussão sobre atualidades da área.