É engraçado observarmos a cultura de um país e a relação dos consumidores com a comunicação veiculada. De todos os tipos de funções da linguagem: referencial, apelativa/conativa, emotiva, metalinguística, fática ou poética; as mais comumente utilizadas nas campanhas são a apelativa e emotiva. Esta última é a linguagem universal, sendo percebida por todos, mesmo em um idioma que não seja o nativo.
Uma das propagandas com tom emocional que mais marcaram a minha mente foram a do Itaú Seguros – criação da DM9/DDB, nos anos 90, com narração fenomenal do Paulo Goulart – e a do lançamento do canal Boomerang no ano 2001, em que o slogan no encerramento do comercial era “you childhood is bacK”.
Demais, não? A agência argentina Del Campo Nazca Saatchi & Saatchi, soube captar direitinho o que esses desenhos representaram para uma geração.
Nos dias atuais, duas propagandas também estão usando com maestria a linguagem emocional. A Dove lançada há alguns dias emocionou muitos e gerou uma série de buzz, principalmente entre as mulheres, público-alvo do comercial “Dove Retratos da Beleza Real”:
O mais recente, começou a veicular ontem pelas redes. É o novo comercial da Peugeot que usa uma referência de desenhos antigos, os personagens do desenho “Corrida Maluca” para mostrar os diferenciais do Novo Peugeot 208. Nele estão Dick Vigarista, Penélope Charmosa, a Quadrilha de Morte, Mutley entre outros.
http://youtu.be/zAsyF4J_klk
Isso tudo para mostrar que quando há inteligência na criação de uma campanha, peça ou VT ela se torna além de referência, atemporal; sai da esfera dos publicitários e vira conversa comum entre os consumidores.
A propaganda ultimamente andou errando a mão e feio, principalmente em campanhas que ainda teimam em retratar estereótipos e clichês ou ser sexista e vulgar. Eu prefiro me deleitar com belezas reais ou ter minha infância de volta. E você?
Lidar com a linguagem emocional é realmente mais marcante, a campanha fica mais rica e "pega" na cabeça das pessoas. Amei assistir o comercial da Dove, fiquei emocionada, deu certo! Ótima matéria Marcia!