Este post foi escrito por Samyr Paz. Participe você também do #Blogrelacoes, veja como aqui!
Veja aqui a primeira parte dos resultados da pesquisa.
Para complementar a pesquisa, foi questionado aos respondentes a seguinte proposição: “Você acha que o mercado profissional de relações públicas vai bem ou mal? Por quê?”
A importância dessa pergunta está na essência objetiva desta pesquisa. Saber de forma subjetiva sobre as carências, desafios e obstáculos dos profissionais transporta os resultados da pesquisa para o mundo real. Além de apenas quantificar o mercado, é possível senti-lo. Algo que a maioria de nós fazemos todos os dias, mas raramente poderíamos saber em que pé andam os relações públicas de outros lugares do país ou mesmo nossos colegas próximos.
As opiniões se diversificaram em um misto de “vai bem” e “vai mal”. Algumas até podem ser consideradas contraditórias, como é o caso das seguintes respostas:
“Bem, mas tem muito o que crescer e mostrar. As empresas, empregadores e o próprio profissional desconhecem as funções de atuação da profissão.”
“Apesar da evolução, acredito que ainda temos muito que aprender. É um mercado imaturo, temos poucos profissionais qualificados, o que dificulta a percepção das empresas em decidir por contratar o profissional.”
“As oportunidades estão aparecendo. Porém, voltadas para os profissionais errados. Muitas vagas de RP tem sido direcionadas para outros profissionais de comunicação.”
Nesse recorte de três opiniões, é possível observar o que uma grande maioria respondeu: ainda carecemos de reconhecimento. O profissional de relações públicas ainda não é amplamente reconhecido pelas suas habilidades de fato. O que, apesar do discurso otimista, frusta muitos. Além disso, o RP por vezes perde espaço para outros profissionais, já que o empregador não tem conhecimento. De quem é a culpa? Nossa? Do empregador? Das entidades de classe? Dos cursos de graduação? Chegaremos nessa discussão em breve.
Aliado da falta de reconhecimento, está a remuneração. De fato muitas opiniões explicitam que a remuneração deveria ser melhor, ao passo que a busca pelo lugar ao sol está na qualificação, segundo os participantes da pesquisa. Como visto anteriormente, somos jovens. Logo, os discursos de uma profissão do futuro são mais do que corretas. O aluno recém graduado reclama de conseguir colocação no mercado, mas qual profissão não passa por isso no dias atuais? A grande maioria das opiniões considera que o mercado está em expansão e existem oportunidades para serem aproveitadas. Vejamos duas opiniões que apareceram em sequência na pesquisa:
“Faltam agências que procurem relações públicas e assinem a carteira como relações públicas.”
“São muitas as oportunidades que se adequam as funções de um RP. O grande problema é que as pessoas ainda procuram uma vaga em que fala: contrata-se um RP. Temos que olhar a descrição e ir mostrar o nosso valor, o que somos, quem somos e que podemos fazer tão bem como um publicitário ou jornalista.”
Não há dúvidas de que carecemos de reconhecimento, mas será que o profissional de relações públicas não pode fazer por onde e cavar o seu próprio espaço? A vaga dos sonhos nem sempre vai estar escrito com o seu nome em cima dela. Se a concorrência é grande com outros profissionais da comunicação (segundo muitas opiniões de respondentes da pesquisa), precisamos entrar no mesmo jogo para garantir a colocação profissional. É fácil? Não. Mas ninguém disse que seria.
Reside no âmago do profissional de relações públicas o velho problema de demonstrar resultados. Algumas opiniões ressaltam que é difícil mostrar / entregar o “produto”. Talvez se faça necessário aperfeiçoar essas habilidades de alguma forma, o que não cabe a esta pesquisa discutir.
Na próxima semana a terceira parte será publicada: Mitos e verdades. Continue comentando para enriquecermos ainda mais o debate sobre o mercado profissional dos relações públicas.
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Samyr Paz é Relações Públicas formado pelo Centro Universitário Univates. Apaixonado por tecnologia, comunicação e por qualquer assunto que envolva relações públicas. Escreve sobre o tema em medium.com/@samyr.
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