Relações Públicas são uma atividade que necessariamente está ligada a várias outas atividades de uma organização. Sabemos desde o começo do curso de RP que não adianta fazermos algo, seja lá o que for, se não estiver em consonância com a cultura e as políticas da empresa.
Em português bem claro, quando as cabeças são pequenas, não se consegue fazer um grande trabalho, seja lá qual for o assunto ou objetivo. Muitas vezes, é preciso que aconteça uma mudança na estrutura da cúpula da empresa, ou que uma pessoa com vivência, visão e background diferentes ascenda a um cargo de grande influência para que hajam transformações importantes na cultura.
Este é um caso muito claro, em que, a partir da ascensão de uma mulher ao cargo de CEO da tradicional e internacionalmente famosa indústria de cosméticos francesa Lancôme (integrante do grupo L’Oréal), a empresa passou a rever seu posicionamento em relação às modelos que representam a marca.
Essa revisão certamente está ligada aos compromissos de sustentabilidade e responsabilidade social que o grupo L’Oréal assumiu tendo 2020 como ponto de chegada. E tornou-se uma alavanca para a promoção do empoderamento feminino e da quebra do preconceito com o envelhecimento, claramente pontos-chave para um trabalho de relações públicas, mesmo quando ligado ao marketing.
Aliás, quando RP trabalha junto com marketing e vice-versa, é quando vemos de maneira matemática os resultados, uma vez que vendas são perfeitamente mensuráveis e via de regra refletem a satisfação do público-alvo com a marca. Uma pena que não tenho acesso a esses número para checar os resultados. (Se aguém tiver, por favor, entre em contato comigo!)
Aqui estão algumas informações sobre o trabalho de responsabilidade social interno e externo da Lancôme e do Grupo L’Oréal (em inglês).
- Sharing Beauty with All – The L’Oréal Sustainability Commitment
- Campanha “Write her Future”
- Campanha “My shade, my power”
- Campanha “Love Your Age”
- Programa “Share & Care”
É comum nos voltarmos para assuntos que nos impactam diretamente. Estou com 55 anos e nunca antes me senti tão empoderada, ativa, engajada e feliz com o que faço. Mas sei, já senti na pele e ainda sinto, o preconceito em relação à idade vindo até mesmo de pessoas próximas, especialmente quando relacionado à minha capacidade e competência profissional. Afinal, a partir de 50 é velha e totalmente desatualizada, não é? Pfff…
Não por acaso, a minha pesquisa a respeito da mudança no posicionamento da Lancôme, começou quando encontrei a gravação de uma entrevista da Isabella Rossellini contando sobre como foi recontratada pela empresa 23 anos após ter sido demitida por estar velha demais.
Estava em inglês e não encontrei nenhuma versão legendada para o português, mas achei importante multiplicar. Então, deixo aqui uma versão pessoalmente traduzida e legendada para nos ajudar a pensar mais sobre envelhecimento, beleza, trabalho e valor.
https://www.facebook.com/VerboMulher/videos/1709009535815061/