Este é o primeiro post de duas leitoras do Blog o/ – Como disse, o relações está em constante mudança, logo….
A @bru_maturana é uma amiga de tempos, que tbm resolveu seguir a carreira de Relações Públicas. Pelo twitter acompanhei as manifestações sobre o Giannechini que virou Relações Públicas na “Passione“, e logo pedi para ela e para a @thastetner escreverem sobre o assunto! Elas toparam e suas opiniões, respectivamente, seguem abaixo!
Agora há pouco estava jantando com a TV ligada na novela Passione, da Rede Globo, quando ouvi uma palavrinha que me chamou a atenção: “Relações Públicas”! Imediatamente passei a assistir a cena, e descobri que o personagem interpretado pelo Reynaldo Gianecchini, Fred, acaba de assumir a função de Relações Públicas na empresa do personagem de Mauro (Rodrigo Lombardi).
Achei o máximo, até comentei com quem estava comigo: “Olha, minha profissão está na novela, que importante!”. Mas minha alegria durou pouco. Na cena seguinte, Fred explicava que entrou na empresa porque queria futuramente controlar as ações do instituição… e quando questionado sobre o porque da escolha do cargo de Relações Públicas, ele disse: “Ah, qualquer cargo serve!”. Minha alegria se desfez.
Eu não acompanho a novela, mas fiquei agora na reflexão. Ao mesmo tempo que é muito bacana ver nossa profissão ganhando espaço e aparecendo na novela com maior audiência da Rede Globo, me preocupa a imagem que será passada sobre nossa atuação e importância para as empresas e sociedade, já que somos uma profissão relativamente pouco conhecida pelas pessoas.
Olha só que ironia: Estou preocupada com a imagem que o Relações Públicas feito pelo Reinaldo Gianecchini passará. Se for boa, já sabemos que ele é mesmo um bom RP!
Bruna Maturana é paulistana e Relações Públicas formada pela FECAP em 2009. Já atuou na área de marketing de varejo e eventos. Atualmente trabalha com assessoria de imprensa. Contato: bruna.maturana@hotmail.com
Essa noite, durante um breve momento com meus pais na sala, assisti a um pedaço da novela Passione, da Rede Globo. Na cena o Fred, personagem de Gianecchini, conversa com Saulo, e solicita a ele um cargo na empresa de sua família. Saulo o elogia dizendo que é um homem “bem apessoado”, saber falar bem, é bastante articulado, e por isso então deveria ser o Relações Públicas da organização.
Nesse momento foi difícil conter minha indignação e passei a prestar mais atenção para poder ter certeza do que eu estava vendo e ouvindo. No desenrolar da história ele se afirma como Relações Públicas e ainda diz à irmã de Saulo que ela, com seus contatos, poderia ajudá-lo e assim ele conseguiria dar conta da função rapidamente.
As perguntas que automaticamente me vêm à cabeça são: o que a Globo pretende com isso? Onde está o Conrerp nessas horas? Quais serão as consequências disso? O que as pessoas que me conhecem pensarão da minha profissão? Uma amiga ainda disse: “o importante é que o nome foi citado”. Não me importa que as pessoas saibam que nós existimos, me importa que elas saibam quem nós somos e o que fazemos. A Globo não fez nada além de nos ajudar a deturpar ainda mais o que as pessoas já não sabem sobre nós. É como eu sempre digo, os RPs não conseguiram até hoje fazer um trabalho de RP pra a própria profissão.
Thais Stetner, 23 anos, formada em Relações Públicas pela UMESP, twitteira de plantão, apaixonada por moda, pelo terceiro setor e por todas as conexões da comunicação com os mais diferentes universos.
A discussão está aberta! E você o que acha disto tudo?
Obrigado pela participação de todos. Deixei minha opinião nos comentários! – Pedro Prochno
Boa reflexão!
Realmente, o que devemos esperar dessa realidade apresentada na novela. Além de tudo, o personagem é apresentado como o vilão da novela.
Espero que mais ações sejam feitas para que o RP seja apresentado de maneira correta.
Abraços,
Alexandre Costa
@alexandre_amc
Pois é… Acompanhava a novela nessa hora e achei que minha namorada, RP, ficaria bem p. com a comparação. rs
Oi Bruna,
Bacana o post. Eu tb fiquei feliz (por abordar RP) e logo em seguida chocada (por um vilão assumir o papel). Apesar da nossa profissão estar entre uma das mais promissoras ainda temos um longo trabalho de catequisação das pessoas com relação ao que de fato fazemos.
Assim como o Alexandre, espero que RP ganhe visibilidade, mas de forma correta.
Bjs,
Dani
@Danny_Miranda
O problema não é o personagem do Giannechini ser o vilão como muitos estão dizendo. O grande problema e acho que a Globo deve fazer uma retratação é como está sendo tratada a profissão. O personagem está exercendo a profissão porque "qualquer cargo serve!”. E como disse a personagem da Mayana Moura "Você é bonito, charmoso, fala bem. Dará um bom Relações Públicas" para Gianecchini. É pra isso que eu me formei? O CONRERP e CONFERP tem que entrar em ação.
Pessoal,
Sem comentários, como assim Relações Públicas, tem que ser galã e falar bem!!!!!! Passei quatro anos na faculdade para desenvolver habilidades gerenciais, competências técnicas em busca de novos conceitos de comunicação com o público interno e externo, para isso… Se soubesse dessa “Teoria Global”, teria entrado passado quatro anos fazendo cursos de oratórias e visitando clinicas de cirurgias plásticas, para ficar aparentavel para a profissão….
Sabem o que mais me assusta nisso tudo, é que por mais que a nossa Profissão de Relações Públicas, exista a mais de 30 anos, ninguém sabe o que fazemos, e ainda vem a toda poderosa “globo” e distorce mais ainda…. é muito complicado, me senti muito mal assistindo a novela, já não gostava e ainda isso…
Então, vamos ver se entendemos a gravidade dos fatos, uma novela como “Passione“, transmitida pela rede Globo de televisão, tem muita, mais muita audiência certo?. Um empresário com visão de futuro, está pensando na possibilidade de contratar um verdadeiro time de comunicação, para alavancar a imagem da empresa e elaborar novas estratégias de comunicação para alcançar todos seus públicos, ele pensa em marketing (é claro), publicidade (talvez ele irá precisar…), jornalismo, e Relações Públicas. Ele chama todos os profissionais da área de os contrata para crescerem com a empresa. O empresário chega em sua casa, cansado e começa a “passear pelos canais da televisão” e nossa o que ele vê, personagem interpretado pelo Reynaldo Gianecchini, Fred, como Relações Públicas, e comentando com a Melina irmã do Saulo que ela, poderia ajudá-lo com seus contatos, por que uma boa lábia e aparecia ele já tem….
Preciso descrever a imagem que o empresário, vai ter do profissional de Relações Públicas que ele contratou….
Bom pessoal, acho que é isso vamos aguardar as próximas cenas e ver onde o Relações Públicas vai parar, que nosso mestre Cândido Teobaldo de Souza Andrade, não esteja vendo isso…
Tatiana Mesquita – Bacharel em Comunicação Social – Habilitada em Relações Públicas pela UMESP em 2007. Pós-Graduada em Planejamento e Produção de Eventos pela Universidade Anhembi Morumbi em 2009. Já trabalhei com Comunicação Interna e atualmente trabalho na área de eventos corporativos.
Parabéns Tatiana, um comentário coerente!
Se nós profissionais de RP achamos "bonito" a forma que nossa profissão foi abordada na novela, caramba, nunca vamos conseguir o respeito e reconhecimento que tanto buscamos.
É um absurdo!
hahahaha…
Não acredito nisso!
Estou inconformada!
Sou estudante de RP, e agora tenho que "ouvir" – "qq coisa serve".. sem palavras.
A Tatiana disse tudo…
abraços,
Belle
@blogabordo
Pois é Cibele,
Então quando começar a procurar emprego na área de RP pode pegar alguns contatos, na lista telefônica, é claro se você se considerar uma pessoa de boa aparência, pois caso ao contraria minha amiga muda enquanto é tempo tsrsrsrs
Vê se pode.
Tatiana Mesquita
A Globo, sempre a Globo!
Diariamente, lemos centenas de maravilhosos textos, tanto de estudantes como de profissionais, a respeito da nossa área, do que ela de fato pode ajudar nas empresas, nas organizações de qualquer natureza. Nossa esperança, dia após dia, vem sendo aumentada, de um dia, quem sabe, conseguir que tenhamos nossa profissão ser reconhecida tal como ela deve ser. E vem uma empresa como a Globo, com maior poder entre as massas, apresentar uma COISA dessas!
É lamentável!!!
Trabalho em um Curso de Fisioterapia na UNISC, e vi por aqui a movimentação que o conselho dessa profissão fez ao ver que, também a Globo, havia apresentado de forma equívoca a atuação deles na novela passada, aquela que tinha a Luciana, que era cadeirante.
Agora nos resta esperar que o NOSSO conselho também faça o mesmo, exigindo uma retratação por parte da Globo.
E aí a esperança vai sendo dissolvida novamente…
Abraço,
Juliana – uniRP
Diferente das autoras do post, eu estava sim assistindo a novela por questões de preferência. Adoro novela!
Mas passei a odiar o Silvio de Abreu a partir da cena que o personagem Saulo oferece o cargo de Relações Públicas ao cara mais mau caráter da trama e que não possui nenhuma formação para isso.
Tive um acesso de raiva instantâneo! E corri twittar o absurdo.
Relações Públicas é uma profissão regulamentada há quase 40 anos e para exercê-la é necessário passar por um curso de graduação de 4 anos onde se estuda de forma sério o processo comunicacional, estratégias e as técnicas mais adequadas para atingir cada público.
Ser articulado e ter boa aparência NÃO FAZ DE NINGUÉM UM RELAÇÕES PÚBLICAS!
Cristina Santos, formada em Relações Públicas pela UMESP.
Quando vi a cena e continuei prestando atenção para ver como a história iria se desenrolar, fiquei desapontada! Não é a primeira vez que a rede globo apresenta a profissão de RP com uma conotação pejorativa.
Acredito que o Conrerp tem que fazer alguma coisa! Como pode qualquer pessoa sem formação e diploma atuar como Relações Públicas.
Temos que fazer alguma coisa!
Isso mesmo renata, realmente não é a Primeira vez que a "toda Poderosa" rede globo faz isso com os RP’s. Sempre citam a nossa profissão com um tom pejorativo, ou até mesmo o contador de coxinha… Realmente vamos esperar o que nossas associações vão fazer com relação a isso.
Sei não minha gente. Particularmente não vejo motivo pra dar tanta importância.
Imagine se orgãos como a OAB se manifestassem cada vez que aparece algo assim http://www.imdb.com/title/tt0119528/.
Quanto a novela, não assisto, mas polêmica da audiência né? ;D
Abraços a todos!
Ps. Legal o Blog Pedro 🙂
O maior problema não é se ele é vilão, se vai fazer maldades no cargo de RP e nem os comentários rídiculos feitos sobre o exercício da profissão. A questão é que o personagem é formado em direito se não me engano e não pode, assim, exercer a função de RP. Esse na minha opinião é o maior erro da Globo.
O personagem não tem curso superior, talvez se quer tenha o Ensino Médio completo.
Bom ver a opinião de vocês aqui pessoal. Pois é, nem sequer sabia que o Gianecchini faz papel de vilão na novela, mas não é nisso que vejo grandes problemas. Não há problemas em ele ser um vilão, mas sim na decalaração que ele deu sobre RP ser "qualquer cargo", e também na forma como ele foi recrutado.
Eu sei que muitas vezes as novelas da Globo acabam "sujando" algumas profissões, como por exemplo o Allan falou sobre os advogados. MAs acredito que seremos MAIS prejudicados por conta do desconhecimento da maioria sobre a profissão, que terão essa primeira imagem sobre ela!
Talvez valesse a pena o ConRerP alertar a emissora, para que, daqui pra frente o personagem possa "apagar" a má imagem que deixou da profissão. Será que temos essa força?
Afinal, queremos que nossa profissão seja reconhecida, mas não que sejamos vistos apenas como profissionais "bem articulados", "boa pinta" e só. Estudamos muito para ser RP!
Continuem comentando! 🙂
Bjs
Não é a primeira vez que a Globo deturpa a imagem de algum profissional em suas novelas. Manoel Carlos, por exemplo, em Viver a Vida, mostrava os médicos da trama apenas conversando e tomando cafézinhos durante o expediente, além de quase envolver a personagem Ariane com o marido de uma paciente.
O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro reclamou e o rumo mudou. Quem sabe se nós, os RPs, a voz ativa da comunicação, nos manifestarmos o Giane, além de lindo, não se torne um RP exemplar no decorrer da história?
@maribfurlan
A forma como a Globo expôs a profissão de Relações Públicas na novela Passione, não é novidade. Lembro de outras novelas da mesma emissora, onde alguém que queria empregar o "bonitinho inútil" com alto salário, dava-lhe o cargo de RP.
O problema aqui não é o fato de o personagem ser o vilão, mas o relacionar a profissão com algo que qualquer um pode fazer, como se não precisasse ter formação ou qualificação, apenas ser bonito e falar bem.
Seria bem interessante entender o que esse profissional apresentado pela Globo faria: Estampar cartazes com sua "carinha bonita" e "conversar" com as pessoas que chegam à empresa, para entretê-las? Pelas qualificações listadas como necessárias, acredito que seria algo parecido.
Espero que nosso conselho se pronuncie, no sentido de pedir uma retratação, e de explicar que essa é uma profissão séria, exercida de forma planejada, continuada, e que necessita formação e constante atualização.
Eliane Azevedo
Formada em Relações Públicas pela UFRGS.
Pós Graduada em Psicologia Organizacional.
Concordo com todos vcs, também fiquei indignada, etc e tals. E faço minhas as palavras de vcs. Até postei isso no meu Twitter também.
Só gostaria de acrescentar mais uma coisa, me corrijam se estiver errada pois não acompanho a novela, por acaso fui ver qdo minha mãe me chamou avisando q iam falar de RP.
O Gianechini não finge ser um ADVOGADO, um procurador? Todos na empresa não acham q ele é Advogado?
Então amigos, mais um ABSURDO: contratam um advogado para o cargo de RP, sendo q ele mal chegou na empresa (vamos esquecer a parte do vilão, ok?!), por indicação, pq ele quer qualquer cargo, é isso?!
Pera aí q vou rasgar meu diploma e já volto.
Sobre os conselhos se pronunciarem contra a Rede Globo, outros já tentaram.
Quantos profissionais como as enfermeiras, por exemplo, já não tiveram a sua profissão deturpada? Afinal, tudo quanto é enfermeira nas novelas da globo TEM QUE ser sexy e/ou prostituta ou ladra ou assassina ou uma desculpa para ser na verdade…prostituta.
Só pra lembrar q não somos só nós q sofremos.
Mas espero q o Conrerp se pronuncie!!
Nossa blog bombando hei… Imaginava que hoje seria assim mesmo, todos os blogs, sites e twitters de RPs ou sobre RP.
Eu sou RP formada e de coração. Amo esta profissão, mas vou ser a do contra.
Claro que o personagem do Reinaldo Gianecchini na novela Passione da Globo, não tem nada a ver com um verdadeiro Relações Públicas, e que o Conrerp poderia sim mandar uma "notinha" para o autor da novela e diretores. No entanto, não acho que é algo para tanto drama.
Acredito que a amiga, que a Thais Stener comenta, sou eu, na hora em que a cena foi ao ar estavamos on-line no twitter e trocamos opiniões, e eu falei sim "pelo menos vão saber que existimos". E é isso, ninguém sabe o que é relações públicas, o que fazemos, uns acham que trabalho como assistente social, outros falam em repartição pública, ou até que só faço festas, mas praticamente ninguém entende o que é RP, e isso não é culpa nossa ou da globo, são de nossos antecessores, que parece que cuidaram tanto da imagem dos outros, que esqueceram as de si próprios.
Tantas profissões que a mídia (novelas e filmes) tentam colocar um estereótipo, e nem todos pegam, tantos personagens já foram advogados que não prestavam, empregadas domésticas amantes de patrão, juizes corruptos, etc, etc. E será que estas classes de profissionais ficaram assim tão indignadas porque estavam denegrindo sua imagem? Nem sempre, e sabe por que? Porque se garantem, sabem que isso não serve para todos, e principalmente, porque a maioria da população sabe o que cada uma destas profissões realmente é, e não levam em consideração só que está na televisão.
Por isso, se RP ficar com "má reputação", não é por causa da novela, é pela falta de informação que o nosso sindicato não transmite, pela má formação de profissionais de gestão, comunicação e administração que deveriam saber pelo menos o que é RP, pela falta de bibliografia da area…
E é assim, hoje o RP é um vilão, mal carater, sem formação, mas amanhã pode ser um executivo top, inteligente, que nos ajude a informar o restante da população sobre o que realmente fazemos. Talvez, se os RPs atuais deixassem de ser menos "estrelinhas", e querer repreender ou processar tudo e todos, nós já teríamos ganhado mais espaço na mídia brasileira.
Uffa…
agora não me sinto mais um ET..rs
também fiquei indignada ontem.
Já há algum tempo que não acompanho novelas, mas ontem foi um caso atípico.
A gente aqui lutando pelo devido reconhecimento da profissão e colocam um personagem que mal deve ter concluído o ensino médio como RP, com a explicação de "é bem afeiçoado e fala bem" … faça-me o favor!
nada contra o Gianecchini – longe de mim hein..rs – mas galãs a parte, se já dificil explicar para nossos pais e parentes quando eles te perguntam: "Vai se formar em quê?" "Relações Públicas"..e todos fazem cara de interrogação… imagina agora?? =(
Mas então, vamos aproveitar a deixa e, já que estamos na mídia de uma forma ou de outra, nos fazer perceber, ser notados e mostrarmos a importância da profissão. Fazer do limão uma limonada (desculpem o clichê) e de uma vez por todas fazer com quem entendam o que é ser e fazer Relações Públicas.
Abçs,
Dayane Azeredo
@dadyazeredo
Errepê bonito e "experto"?
Leia: http://marcondes-at-blog.blogspot.com/2010/06/rel…
Besteira.
Novela é um produto ficcional, sem necessidade ou compromisso de refletir a realidade. Fosse real, não daria retorno financeiro. Certeza que o Conrerp tem mais o que fazer do que fiscalizar o Gianechinni.
Decidi me aprofundar um pouco mais nisso. Azar o seu, Prochno.
Pergunta aos navagantes: alguma escolha profissional é determinada porque, por exemplo, um estudante de Direito viu Law & Order? Ou o grau de exposição à Grey's Anatomy determina o ingresso na faculdade de Medicina? Não é isso, certamente, e seria bastante insípido relacionar uma obra ficcional a uma decisão de carreira, conduta ou representação profissional.
A ficção não atende a realidade e abarcar a densidade dos fatos cotidianos nela (e o inverso, também, que é mais representativo) determinaria uma vida bem legal, mas errática e fadada ao fracasso. Para se sustentar, a TV precisa determinar tipologias – O RP é belo e articulado, talvez manipulador; o psicanalista usa sempre um caderninho de anotações no atendimento.
O modelo televiso de caracterizações é, por definição, uma medição de todas as pessoas e tipos, com resultado final estipulado como uma média baixa que se encaixa numa trama puramente voltada para distração. Nesse sentido, sente-se afetado pela representação não quem exerce a profissão de forma independente e está sintonizado com a importância do esquema de rotina, mas quem se coloca na posição do personagem e se reconhece (ainda que inconscientemente) ali.
Indignações frente a uma tipologia, portanto, refletem reconhecimento, não descolamento. Melhor seria simplesmente assistir TV e pronto. Ou desligar o aparelho. A discussão perde significado quando se esvazia o significado da representação. Só isso.
Pessoal,
Primeiro agradeço a participação de TODOS por aqui. Realmente não esperava tamanha repercussão, foram mais de 340 visualizações e 25 comentários SOMENTE neste post!
Como, apesar de minha idéia, os textos foram de @bru_maturana e @thastetner, resolvi vir dar minha opinião também!
Entendo que uma novela é apenas uma "imitação" da vida real, algo que, como bem disse o Ivan Scarpelli, ao se desligar a TV, acaba e pronto! Mas algumas coisas ficam…
Não podemos, desprezar a relevância e importância que tem a TV (e, gostando ou não, a Globo), na vida das pessoas. Ela influencia SIM a Opinião Pública.
O fato do personagem não ser formado em RP, não afeta em nada nossas carreiras, afinal de contas, para ser RP precisa ter diploma e, PREFERENCIALMENTE, registro no Sistema Conferp!!!!!!
O ponto que pego é: Temos que parar de nos lamentar e colocar a mão na massa. Mostrar quem somos, o que fazemos; como e pq fazemos!
Esta discussão aqui no blog é ótima, mas precisamos ir além, fazer como fez o Manoel Marcondes Neto, alguns comentários acima, que enviou uma cara aberta ao Silvio de Abreu!
Concordo em parte também que a distorção de nossa profissão, pelo autor/ator, na novela, influi sim na vida real, prejudica, e não queremos isto!
Para mim, assim como defendido pelo Rodrigo Cogo, em troca de mensagens que fizemos no Twitter, temos que trabalhar nossa imagem e relevância TODOS OS DIAS, e não apena lamentar a má aplicação da profissão em uma novela.
O que você está fazendo para isto? Trabalha a imagem dos Relações Públicas corretamente? É registrado nos conselhos? Vamos JUNTOS mudar esta imagem e consolidar a nossa relevância no mercado!
Abraços e MUITO OBRIGADO por participarem,
Pedro Prochno
Pedro,
Não tive a "oportunidade" de assistir o episódio citado mas por mais que não estejamos fazendo efetivamente nada de concreto para mudar essa realidade, no que diz respeito da correta divulgação, explicação e/ou entendimento da nossa profissão, ter uma canal como esse para nos expressarmos já é um bom começo, obrigada.
A respeito de toda discussão e levando em consideração o que você disse acima, a TV Globo influência SIM as pessoas, dita tendências, "ensina" o "certo" e o "errado" e ainda é o canal mais assistido na casa dos brasileiros, começando pela minha, portanto, é um canal extremamente persuasivo, ou seja, milhares de pessoas assistiram e ouviram mais uma vez a INdefinição do que faz o profissional de RP.
Fico muito animada em saber que a assessoria de comunicação da emissora está ciente de toda essa situação, vamos aguardar a resposta.
Fico aqui com uma indagação. Por que não colocaram o "bonitão" da trama para assumir um cargo de controller da empresa ? Precisa de diploma ? Conhecimentos específicos ? Para ser RP tbm….
E não vamos nos esquecer que esta não é a primeira vez que um personagem das novelas assume cargos de RP neste mesmo modelo da Passione, a personagem Flora da Novela "A Favorita" foi assessora de comunicação em um determinado período da história (risos).
Abraços.
Camila Peres Luz (RP – UMESP)
Caro Pedro Prochno,
O mundo mudou e a mídia mudou junto (ou será que foi o contrário?). Saudades de McLuhan que ficou para a história com apenas sete palavras (global village, the medium is the message), explicando muito mais curto que um twitting.
Não entrei no twitter de Passione ou no do Fred (quem os mantém deve ser um estagiário aluno de Comunicação muito bem treinado…), mas no da Globo, onde postei minha mensagem.
Se vamos ser 'player' nesse jogo, que o sejamos plenos. A segunda região – SP e PR do Conrerp – recebendo uma denúncia deve notificar a paulista Metalúrgica Gouveia (cujo 'site' está meio desatualizado, pois continua comunicando em nota a título de 'fato relevante' a morte de seu presidente), quanto à nomeação ilegal do Sr. Frederico Lobato.
E ao Sr. Mauro Santarém ou à Sra. Bete Gouveia (de volta à presidência da empresa) caberá o dever de comunicar – e de tornar pública – a 'desnomeação'.
O Conrerp (1a. Região – estado do RJ) também já comunicou-se com o autor por mensagem direta à assessoria de comunicação da emissora, que tem sede no Rio. O Conferp, conforme prescreve a legislação, entra em cena – se for o caso – como segunda instância – sob demanda de um Conselho Regional.
Saudações públicas e relacionais.
Em 1º lugar, descobri o blog agora, em função do e-mail recebido falando da forma como a profissão foi apresentada na novela. AMEI! Parabéns, Pedro!
Achei ótimo, superpertinente, falando de assuntos atuais que, de uma forma ou de outra, envolvem relações. Aliás, como eu sempre disse, dentro e fora de sala de aula, TUDO É RELACIONAMENTO! Só é preciso saber se há ou falta, se é positivo, negativo ou neutro, se traz benefícios para todos os envolvidos ou só para alguns…
Em 2º lugar, desculpem minha aparente omissão quanto ao "relações públicas" da novela. É que, de fato, faz mais de 4 anos que não assisto novelas. Na verdade, não assisto a Globo nem qualquer outro canal de televisão aberta. O único programa que vejo, e mesmo assim não é sempre, é o Pânico na TV. Nem mesmo telejornais me dou ao trabalho… Então, eu realmente estava completamente por fora quanto à profissão da personagem do Gianechini na tal novela (que nem sei em que horário passa, se é nova, se está no meio o no final…).
De qualquer maneira, não acho difícil analisar e entender o que pode levar os "fazedores de novela" da Globo a apresentarem ou falarem a respeito da nossa profissão de maneira tão deturpada. Os que foram meus alunos talvez lembrem que sempre fui claramente crítica quanto ao costume que se tem no Brasil de usar anglicismos, ou seja, palavras e expressões do inglês, em especial americano, nas relações de trabalho e pessoais dentro ou fora da área de comunicação, independente do fato de não terem intimidade com o idioma e não saberem falar ou escrever em inglês com um mínimo de fluidez. Lembram que eu não gostava que chamassem os artigos científicos de "paper"? “Paper” é lá, aqui sempre foi e continua sendo “artigo”!
Na área midiática esse mau-hábito é infinitamente mais forte. Já há dezenas de anos as rádios trabalhavam com "jingles" e "spots" que davam vida às propagandas. Vocês sabem que na televisão os artistas estudam seus "scripts" para quando forem gravar as cenas. Em publicidade e propaganda, sempre foram fechados "jobs", e todas as mídias sempre se preocuparam muito com o seu "target" de maneira a poderem ter um bom "midia kit" que dê esse um bom suporte para o "marketing"…
Ocorre que nem tudo o que vem importado do inglês tem o mesmo sentido em português, seja a palavra ou expressão em si, seja o conceito de uma profissão. Os "Public Relations" (PR) americanos, de fato, têm uma finalidade – e, portanto, atividades – bastante diferente daquela que temos no Brasil. Lá o relações públicas realmente é um profissional que tem como função construir ou maquiar a imagem de empresas ou pessoas, muitas e muitas vezes às custas da verdade, e quase sempre tendo como base de trabalho os seus "contatos" que muitas vezes são devedores de favores ou temerosos de terem seus nomes e respectivas imagens pessoais prejudicadas por ações de retaliação no caso de não cooperarem. Não custa lembrar que nos Estados Unidos Relações Públicas é uma atividade cujo exercício não tem os fundamentos de um curso em nível de graduação. Há "training courses" para ser Public Relations geralmente com foco em relacionamento com a mídia. Pelo menos era assim até um tempo atrás, se mudou, não fiquei sabendo.
No Brasil, embora a profissão de relações públicas tenha nascido com certo estigma por ter sido apoiada e utilizada tendenciosamente pelo governo no período da ditadura, tão logo se libertou do regime passou a evoluir para uma atividade altamente especializada enquanto gestora da comunicação empresarial, competente, principalmente, para realizar diagnósticos organizacionais e desenvolver estratégias macro de comunicação, capazes de dar um dos principais esteios de sustentação das estratégias globais de negócios das corporações. Os cursos superiores de Relações Públicas – único caminho válido para que alguém venha a ser profissional de RP – atualmente contam com programas completíssimos que abarcam, muito além de teorias e conceitos de comunicação, conhecimentos específicos das áreas de administração, economia, psicologia e sociologia, e especialmente estratégia de negócios, entre outros.
Mas, verdade seja dita, a Globo já melhorou bastante no que se refere a falar de Relações Públicas. Talvez até pelas tantas vezes que a classe já reclamou. Pelo menos agora já é uma profissão cujas atividades acontecem dentro de uma organização e que, pelo que li no blog (já que não assisto às novelas) tem poder de fogo para que o personagem/profissional possa vir a controlar as ações da companhia! Não vai muito longe o tempo em que as novelas mostravam recepcionistas de restaurantes, boates e hotéis, e até prostitutas, que eram denominados Relações Públicas. Ou seja, já houve uma evolução e um redirecionamento para o lado certo.
A minha opinião continua a mesma: façamos o nosso trabalho da melhor maneira possível, esse é o melhor cartão de visitas e a melhor forma de apresentar o que fazemos. Com ressalvas! É bem comum ouvir-se que o profissional de relações públicas deve ficar sempre à sombra, não aparecer, continuar direcionando os holofotes para a empresa e para seus porta-vozes oficiais – isso ouve-se dos próprios RPs e dos mestres nas faculdades. Porém, nós sabemos que se não mostrarmos quem somos, se não falarmos sobre o que fazemos, se não valorizarmos o nosso trabalho e tornarmos de conhecimento público a nossa atividade, nunca seremos conhecidos, nunca saberão quem somos ou entenderão o que fazemos, nunca teremos um "valor de mercado" à altura do nosso merecimento.
Então, minha sugestão é que, se ainda não começamos, que iniciemos agora a fazer uso da publicidade e da imprensa para a divulgação das Relações Públicas aos públicos (a boa e velha integração das diferentes áreas da comunicação). Nunca estivemos em uma época tão propícia como agora para isso. Na era das Mídias Sociais, cada um de nós pode divulgar à vontade suas atividades, pensamentos, posicionamentos. Podemos ter individualmente nossas redes de comunicação (blogs + comunidades + Twitter, etc), e/ou podemos, juntos, ter um canal compartilhado, forte, com grande alcance, para transmitir quem somos, o que fazemos e a que viemos.
Pessoalmente, acredito que reclamar é válido, porque nos ajuda a por para fora algumas frustrações e dores emocionais. Mas só se queixar e não agir, não tem sentido. Quem quer que as coisas mudem, além de falar – e falar É NECESSÁRIO, até para chamar a atenção sobre os temas a serem debatidos – também tem que colocar a mão na massa e fazer acontecer. Ficar esperando pelos nossos "representantes legais" não adianta muito. Se adiantasse, o País não estaria politicamente como está. As coisas só funcionam realmente quando as pessoas se unem em torno de um objetivo comum e AGEM.
Deu preguiça? Então, não reclamem!
"Após reclamação do Conselho de Relações Públicas, Sílvio de Abreu esclarece que Fred não será RP" –
Parabéns ao CONRERP que entrou em contato com a Globo, aos Relações Públicas que contestaram, ao Sílvio de Abreu que se prontificou a reverter a situação, e à Globo por ter dado espaço para a comunicação entre RPs e autor da novela.
E parabéns ao Pedro por ter colocado a questão em discussão aqui no Relações!