Entre julho de 2003 e agosto de 2004 fiz um Intercâmbio Cultural pelo Rotary Internacional nos Estados Unidos. Lá concluí o Ensino Médio na Honeoye Falls – Lima High School, conforme conto no meu perfil. Quem já fez intercâmbio (mesmo os que duram poucas semanas) entendem quando falamos que este foi o melhor ano de nossas vidas. Ao voltar ingressei no Rotex São Paulo, um grupo de ex-intercambista do Rotary que desenvolve atividades voluntárias. Neste grupo, o “melhor ano de nossas vidas” é uma constante, todos falam com brilhos nos olhos sobre a experiência e acabam engajando mais e mais jovens.
Claro que aprende-se MUITO em um intercâmbio, aprende-se uma nova língua, novos costumes, uma nova maneira de viver em sociedade. No meu caso, aprendi sobre novas religiões ao morar em três famílias diferentes, a primeira de Judeus, a segunda de Católicos e a terceira de Protestantes. Aprende-se a viver sozinho, a ter responsabilidade, assumir compromissos, erros, falar por si e se fazer ser entendido/acreditado/respeitado! Acredito porém que o ensinamento que mais me modificou e ajudou na construção do meu “ser” é o título deste post: “Diferente não é errado, é só diferente!“!

Este post, longe de mim, não busca te fazer acreditar em meus ideais, adotar a minha forma de ver o mundo, aceitar a minha maneira de viver. Busco aqui te fazer refletir, deitar na cama hoje à noite e pensar; imaginar, relembrar e “SE” provocar sobre a maneira que você encara o mundo!
Morei nos EUA, sim, aquele país é maravilhoso. Lá não existe, diferentemente do que defende a Opinião Pública, um bando de radicais bitolados querendo dominar o mundo! Existem muitas pessoas de bem, que acreditam em uma vida melhor, apostam na coletividade e na inovação. Claro, como em qualquer lugar, existem também aqueles que acreditam que o planeta precisa ser da forma que entendem ser a correta, aí vemos algumas ações iniciadas por governos passados e que ainda hoje estão em curso.
Indo à outra ponta temos o Oriente Médio e países vizinhos, onde se condenampessoas ao apedrejamento, onde mulheres são submissas e “vivem em burcas”. Seguindo mais adiante temos a Índia e China, países ditos “de terceiro mundo” (assim como o nosso) mas tão diferentes entre si. Países estes onde a dita pobreza (segundo os nossos padrões), assolam a maior parte da população. Países que tem pouquíssimo saneamento básico, mas em que a riqueza cultural, a defesa dos costumes, os ritos e rituais são belíssimos e conservados há milênios.
Tive a oportunidade de visitar os Emirados Árabes Unidos (Dubai) e o Egito (Cairo, cidades históricas ao longo no Nilo, Santa Catalina [para subir o Monte Sinai] e Sharm El-Sheik [mergulhar no mar vermelho]). Lá encontrei povos diferentes dentro do mesmo país, assim como são os gaúchos, mineiros, paulistas e baianos. Tenha a curiosidade de perguntar se as mulheres de lá, que “vivem em burcas”, cada qual de acordo com os costumes de sua família (desde burca completa até apenas lenço na cabeça, ou nem isto), se são infelizes e verás a resposta! Não podemos aqui, em função de uma visão de mundo que temos, condenar determinados costumes e taxá-los de errados. Podemos não concordar com eles; mas temos que entender que são DIFERENTES e, em hipótese alguma, julgar e condená-los sem entender “o todo”!
Precisamos aprender, entender e aceitar que pessoas são diferentes. Temos heterossexuais, homossexuais e trans-sexuais. Temos vegetarianos, vegans… Judeus, Católicos, Protestantes, Crentes e por aí vai. Assim como existem os Rockeiros, Techneiros, Funkeiros, Pagodeiros e outros!
Não nos cabe julgar e condenar as pessoas ou povos pelo que pensam ou fazem baseado em nossa forma de vida. Nascemos diferentes, e vivemos diferente. Uns acreditam que viver sem tecnologia é viver melhor, é cuidar do mundo, outros não se importam em desperdiçar água e consumir muita energia elétrica e lixo eletrônico.
Cabe a todos nós sermos mais pacientes, respeitosos e tolerantes. Como diria John Scatman “How can someone win, if winning means that someone loses?”. Se acreditamos que eles são radicais, o que somos ao querer impor o nosso “way of life” a eles?
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Para ver fotos das viagens, visite meu picasa!
Interessante relato, Pedro. Tenho feito palestras sobre comunicação intercultural, porque foi um tema que me ocupou neste primeiro semestre de Mestrado, e de fato devemos exercer a alteridade, esta interdependência sadia e sábia que nos conecta, de alguma maneira, a outros indivíduos ou grupos. De todo modo, precisamos também saber conviver com aqueles que não praticam ou defendem esta diversidade.
Ainda que eu ache sempre muito melhor alguém com uma opinião absoluta e explicitamente contrária a minha do que aqueles que falam em público uma coisa e, no subterrâneo das trocas de informação e preconceito, demonstram que pensam diferente. Pior que isto existe inclusive no meio dos profissionais de relações públicas, com boa ênfase em se tratando de sexualidade.
Rodrigo, é muito verdade!
Pior do que tomar lado é dizer que defende uma coisa e fazer outra….. Precisamos, SEMPRE, nos colocar em posição contrária ao que defendemos e pensar como seria se estivéssemos ali. Isto se torna mais verdade ainda em comunicação, para antevermos cenários.
Quanto sobre a diversidade cultural, imagine você uma empresa tentando vender bikinis ou chinelos de borracha em algum país do oriente médio. Não sei se seria sucesso ou fracasso mas seria legal ver o estudo cultural que fariam sobre o mercado/costumes. O mesmo deve ser aplicado na vida cotidiana!
Obrigado pela visita e pelo comentário
Pedro Prochno
@prochno
Fantástico Pedro! Amei o post…
Cris, obrigado.
Fiquei muito feliz com sua visita virtual, rsrsrs 🙂
Beijos
Pedro