Em 4 de julho deste ano a Ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer (no cargo desde 24/04/2010), publicou em sua coluna texto sob o título “A Folha errou; alegria no Twitter”. O texto tratava da “ira” que a Folha sofreu na rede social após publicar, por erro humano, anúncio do Hipermercado Extra lamentando a eliminação do Brasil na copa quando isto ainda não tinha acontecido.
O texto de Singer agride e ataca os usuários da rede. Chama os “tuiteiros” de “espírito de porco” e ainda deu a impressão de que a “fúria do anunciante”, materializado na figura de Abílio Diniz, “patriarca” do Grupo Pão de Açúcar e que respondeu ao erro do jornal pelo próprio Twitter, foi exagerada. (veja o post aqui).
No todo, o texto claramente quer minimizar a reação gerada na rede social. Pretende desqualificar as pessoas presentes ali e dizer que o erro foi bobinho, pequeno, “um tremendo tropeço. Mas só!”.
Domingo, dia 12 de setembro me deparei com o pássaro azul estampado na coluna de Singer novamente, desta vez sob o título “O Ataque dos Pássaros”. Lá fui eu ler o que ela tinha a dizer desta vez e, pra minha surpresa, a critica era direcionada à Folha justamente por ela não ter dado atenção ao que era dito no Twitter.
Acompanhe as palavras da própria Ombudsman:
“Não dá para desprezar essa reação e a Folha fez isso. Não respondeu aos internautas no Twitter e não noticiou o fenômeno. O “Cala Boca Galvão” durante a Copa virou notícia. No primeiro debate eleitoral on-line, feito por Folha/UOL em agosto, publicou-se com orgulho que o evento tinha sido um “trending topic”. Não dá para olhar para as redes sociais apenas quando interessa.
A Folha deveria retomar o equilíbrio na sua cobertura eleitoral e abrir espaço para vozes dissonantes. O apartidarismo -e não ter medo de crítica- sempre foram características preciosas deste jornal.”
… Olha só que mudança!
Discurso completamente diferente do exposto na primeira coluna sobre o Twitter. Neste meio tempo Singer deve ter usado mais a ferramenta e aprendido sobre sua dinâmica e, com isto, adequado a sua visão sobre ela. Não dá mais para relevar a ferramenta que se tornou sim uma importante plataforma de comunicação. Errar é humano e também corporativo, mas arrumar o erro e revisar a sua orientação é digno de elogio. Ponto! Só resta agora a Folha manter o perfil defendido no grifo do texto! 😉
ATUALIZAÇÃO
Resposta de Suzana Singer ao post:
@prochno Foi inteligente comparar as 2 colunas, mas não são contraditórias, só casos diferentes. Sempre respeitei o twitter, tanto q. entrei
Ainda bem que a Folha se deu conta enquanto ainda é tempo, né?! Dizem que nunca é tarde demais pra mudar, mas quanto antes melhor.
O primeiro erro foi grande, mas essa postura de passar a acompanhar o twitter e perceber que as mídias alternativas tem pautado as tradicionais é um pouco tardio, mas inteligente.
Continuemos acompanhando a Folha para ver se a postura vai realmente mudar ou se vai ser só o discurso.
É isso aí, Gabi. Não é vergonha rever a postura diante de algo novo, e acho que a Folha aprendeu com isto, mas, bem como defendeu a Suzana, ainda tem um belo caminho pela frente.
Obrigado pela visita
Bjs
Pedro