Sou comunicador, a grande maioria de vocês, leitores, também. Logo, falar sobre responsabilidade em nossas profissões é algo muito complicado. Complicado pois as pessoas tem diferentes entendimentos sobre o que é responsabilidade, assim como a ética… Temos porém algumas linhas centrais para nos nortear, ainda bem!
O segundo post deste blog, antes mesmo dele ser “oficialmente” lançado, recebeu o nome de “…a liberdade de imprensa e a ética jornalística!“. Lá abordei este paralelo e trouxe ainda algumas indagações sobre o código de ética do jornalismo. Vejo agora, momento muito adequado para retomar o debate.
Quase todos os dias me revolto com algumas matérias redigidas pelos coleguinhas. A falta de responsabilidade é imensa, não se trata de jornalismo e sim de sensacionalismo. Infelizmente. Não estou aqui defendendo ou tentando acreditar que existe veículo 100% isento, 100% imparcial, apenas acho que a RESPONSABILIDADE do jornalista deve aumentar.
Em tempo de discussões sobre a regulamentação da imprensa e desastres no Rio de Janeiro vejo material vasto para mais algumas provocações. Se você ainda não leu, recomendo fortemente que veja o Código de Ética dos Jornalistas, que é bem breve, para continuarmos a discussão.
Pois bem, se atentarem para os Art. 2º (I e II), Art. 4º, Art. 6º (VIII) e Art. 12º (I) verão alguns pontos defendidos que são constantemente descumpridos. De novo, não quero o mundo perfeito, mas entendo ser fundamental o respeito e, principalmente, responsabilidade (sim de novo).
Semana passada no caminho para o trabalho escutei a coluna de Carlos Chagas na rádio Jovem Pan e entrei em deleite ao perceber que não era somente eu o descontente com a atual conjuntura de nossa imprensa. Abaixo disponibilizo a íntegra do áudio para verem do que se trata. Caso não consiga ouvir, clique aqui.
Se quisermos podemos ir muito além do que simplesmente o respeito defendido pelo Chagas e pelo Art. 6º (VIII) do Código de Ética. Jornalistas vem criticando fortemente e pegando no pé dos governos e governantes para que não passem a controlar a mídia ou para que não criem os “conselhos” que tanto se falam.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a imprensa também é livre, assim como aqui, entretanto um jornalista que escreve absurdos, acusa pessoas sem prova ou até as condena antes mesmo da Justiça o fazer (se é que vai fazer) é processado e responde civil e criminalmente por abusos cometidos. As penalidades são altíssimas o que acaba gerando mais responsabilidade por parte deles ao escrever.
A Suzana Singer (Ombudsman da Folha) escreveu em outubro passado, em sua coluna, o texto “O dia em que o Dr. André errou“, sobre o abuso de seu jornal ao condenar uma pessoa que veio a ser comprovada sua inocência posteriormente. Escreveu ainda que aquele homem “ganhou uma nódoa para sempre em seu currículo”, o que pode ser até pior do que a condenação pela justiça.
Acredito, colegas comunicadores, que precisamos cobrar mais responsabilidade um dos outros e, principalmente dos jornalistas, que tem tamanho poder de disseminação de informações e formação de opinião. Respeito e responsabilidade são fundamentais, não somos apenas fontes ou leitores, somos todos seres humanos!
Devo concordar que existe uma confusão entre liberdade de imprensa e invasão de privacidade e sensacionalismo por parte de alguns muitos veiculos importantes nacionais, o que é uma pena, o exibicionismo da desgraça camuflado numa falsa busca pela 'verdade' acredito nos que vem. A ética principalmente para quem é responsavel por informar deve ser premissa básica!