Ano passado tivemos mais um capítulo de violência no Rio de Janeiro (assim como já tivemos em São Paulo e em outras cidades do nordeste, muito menos abordados) onde facções criminosas aterrorizaram cidadãos e afrontaram o poder público. Diante disto as autoridades começaram a orquestrar uma grande resposta ao ocorrido, o que recebeu muito apoio da opinião pública.
Junto com a “comoção” que tomou conta da sociedade começaram a pipocar exemplos de “engajamento” para você “pedir paz ao Rio”, “ajudar a construir uma cidade melhor”, “não se solidarizar com a impunidade”, e por aí vai. Muitas destas campanhas sugeriam a adoção de twibbons nos avatares do Twitter, declarações via Facebook e Orkut, correntes por e-mail…… Mas o que de CONCRETO tudo isto gera?
A internet nos trouxe diversas vantagens: a possibilidade de rapidamente atingirmos uma parcela grande de pessoas, chamar a atenção delas para causas e problemas, pedir seu engajamento. Lindo, mas e se todos ficarem apenas no “compartilhar”, no “contar a sua história”? E se ninguém efetivamente levantar “…” da frente do computador e partir para a ação? De que adianta toda esta movimentação virtual?
Percebo que as ações na web engajam muitas pessoas mas o que se vê ao tentar transferir o virtual para o real é uma queda brusca deste engajamento. Salvo exceções, poucas ações conseguem mobilizar presencialmente pessoas em determinado trabalho.
Para balancear esta conversa fui consultar o @interney sobre o assunto e, em algumas trocas de e-mail ele me acordou para algumas coisas que eu ainda não tinha levado em consideração:
- Com a internet nós temos muito mais formas de mensurar a população atingida pela campanha versus aquelas que se “sensibilizaram” com tal, ou seja, curtiram a página, adicionaram twibbon na foto, etc…
- Nem sempre uma causa precisa efetivamente ser levada para o mundo real. As vezes apenas o engajamento virtual é o que se espera da audiência, e ter esta expectativa muito bem definida é algo fundamental na hora de se planejar uma ação.
Bingo! E o que esperamos das ações?
Costumo dizer aos meus amigos do mundo de Rotary, principalmente os associados do Rotaract Aliança Lapa, que não vamos conseguir salvar o mundo sozinhos. Precisamos de calma, ir aos poucos, abordando um problema de cada vez, mas trabalhando de forma eficiente e eficaz para solucioná-los. Temos que ir até o fim em uma causa, focar em um assunto, só assim conseguiremos provocar mudanças significativas.
Esta é minha forma de ver as coisas. Eu acho que o engajamento virtual é válido e necessário mas sem o engajamento PRESENCIAL, trabalhando em prol de causas que precisam ser mudadas (educação, saúde, segurança, etc) não vamos conseguir mudar muita coisa. Minha forma de batalhar por algo é tomar partido e trabalhar em prol dela, não apenas demonstrar minha insatisfação/indignação. Esta é minha expectativa.
Aí o @interney terminou nossa troca de e-mails com maestria: “Não tem problema nenhum na internet, o problema é do ser humano!”.
Gostei muito do seu blog Pedro, parabéns. Acredito que estamos passando por um periodo de mudanças, ainda estamos naquela fase de ‘contemplação’ que logo virá seguida pela ação, acredito muito nisto.
A internet me auxilia conhecer diversos problemas e pontos de vista, daí então quando tomo atitude ela não é por pressão ou pela euforia do momento ela é puramente engajada. Mas nosso papel como comunicadores e fazer cada vez mais as pessoas tomarem conhecimento e desperta-las para a atitude!
Tem Twitter? O meu é @andy_op7.
Abraços.