A brincadeira, em cima do novo slogan da Pepsi, pode ser levada para dois lados: Um bom, benéfico, experimental; e outro ruim, pejorativo, desleixado.
O primeiro “pode ser” eu encaro como ver algo novo, experimentar algo diferente, conhecer algo único, coisas que nunca fiz ou experimentei antes, mas que são para agregar conhecimento, aprimorar o que sei, melhorar aquilo que tenho, crescer, me desenvolver…. evoluir!
A segunda forma de encarar o “pode ser” é aquela “ah, tudo bem, pode ser” de jeito chocho, murcho, meia boca… Um OK, se só tem isto, tudo bem, o que vier é lucro, pra mim tanto faz…. Não acho que deva ou possa ser assim. Todos nós temos ambições, queremos chegar a algum lugar, temos objetivos e metas de vida, certo?
Mesmo que não tenhamos isto tudo definido, queremos comprar algo, queremos ter algo, queremos viajar para algum lugar, comprar um CD, um DVD, um gadget, qualquer coisa. Quando pegamos isto e analisamos o pq de uma pessoa fazer faculdade, minimamente significa que ela quer ter um embasamento teórico/atestado (o diploma) de que ela tem capacitação para desenvolver uma determinada função. Pq então algumas pessoas se formam e simplesmente largam da vida profissional? Largam dos desafios profissionais. Aceitam qualquer trabalho, qualquer cargo, qualquer função?
Pra mim isto não faz muito sentido. Estudei 4 anos em uma faculdade, atravessava são paulo para chegar lá. Formado, peguei a chave da mina (o diploma) e parti em busca de El Dorado. El Dorado no sentido de um lugar pleno, de desenvolvimento da profissão, áreas de atuação, equilíbrio entre o profissional e o pessoal e, claro, dinheiro; mas não só e exclusivamente este último. El Dorado, por ser algo “sonhado”. Pq então outras pessoas, iguais a mim, que se formaram na mesma faculdade, tiveram as mesmas aulas, os mesmos professores, as mesmas prova e as vezes até notas melhores do que as minhas, quando pegaram o diploma falaram: “Ah, tem qq trabalho aí? Pode ser!”.
Isso é um desabafo e uma provocação. Mercado de trabalho está SIM em crescimento e expansão, basta se dedicar, se preparar e ir atrás. Pra mim, qualquer coisa “NÃO Pode Ser“. Tem que ser algo bom, legal, diferente. Algo que me faça aprender, crescer, melhorar pois assim conseguirei prover o mesmo para outras pessoas. Mas quem sabe este é o grande tempero da humanidade. Pessoas diferentes que encaram e aceitam as coisas de maneira diferente. Assim sendo; “Tem diversidade, pode ser?” 🙂
Pedro,
Pode ser que muitos não se apaixanoram pelo curso/profissão que abraçaram ao entrar na faculdade, por isso a opção por qualquer trabalho.
Hoje, pode ser que muitos escolham suas faculdades pelas oportunidades financeiras ou pelo fato de ter um diploma de "nível superior" para fazer um concurso público e viver na estabilidade.
Pode ser que, um dia, esse cenário mude. Ou não.
Abraços,
Alexandre
@alexandre_amc
Lembrei que comentamos isso no último papo.
Acredito que as pessoas podem escolher se querem seguir a profissão para a qual estudaram. Se depois compreendem que aquilo não é pra elas, é uma opção sensata não continuar naquele caminho.
O que eu acho triste é ver pessoas trabalhando a vida inteira em coisas pela qual não têm qualquer paixão. Alguns concluem o curso por inércia, depois seguem a carreira por inércia e não vêem a hora da aposentadoria. Querem garantir o salário no fim do mês, rezam pela chegada do próximo final de semana como se fosse sempre uma catarse para tolerar outra nova semana de trabalho.
Existem vários motivos para aguentar uma vida assim e eu espero jamais ser convencido por qualquer um deles.
Este é perfeitamente o ponto, Gustavo! 🙂
Acabo de sair de um debate na Aberje com os "Profissionais do Ano" do Prêmio Aberje 2010. Um dos pontos em comum (verbalizado nas falas ou sentido pela energia do que diziam) é exatamente a necessidade da paixão pelo que se faz como caminho pra ter realização no mercado e na vida. Não tenho a menor dúvida disto. Ok, só isto pode não "encher barriga" (ou abastecer a conta bancária), mas que evita úlceras e outras doenças, ah evita…
Já diria Confucio: Escolha uma profissão que ama, e assim nunca terá que trabalhar.
Eu sou uma apaixonada por RP e quando ouvi da minha prima, que se formou em RP, que não tem mercado e que hj atua em algo completamente diferente, fiquei indignada! Mas entendi que no caso dela faltou só o principal: gosto pela profissão.
E, já diria o gato da Alice (aquela do país das maravilhas): Para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve…
Pedro,
Muito bem sacado. Também incomoda-me o anuncio da Pepsi. E isto pelo pior lado levantado por você. Parece que os caras do marketing da Pepsi admitiram aquela pergunta que os garçons fazem quando a gente pele Coca-Cola: – só tem Pepsi, vai? Horrível! É admitir ser a segunda, ou no caso do universo dual de Ries & Trout, a última opção.
Com RRPP dá-se outra coisa. As tarefas evoluíram de uma comunicação massiva (anos 1950/60/70/80), que demandava o genérico "relações públicas", para uma dirigida a públicos específicos (stakeholders) e aí surgiram as nomenclaturas "relações com investidores", "relações com a comunidade", "relacionamento com a imprensa", "relacionamento com o cliente". É para atuar nessas atividades que o egresso dos cursos de Relações Públicas está apto. E, claro, evoluindo numa organização, tornar-se um diretor, superintendente ou vice-presidente de relações institucionais, assim mesmo, "geralzão".
Marcondes.
Marcondes, só no ponto da Pepsi discordo 🙂 Achei mto boa a sacada, justamente por, no meu modo de ver, ir para o "que tal experimentar algo novo, sair do mesmo e conhecer algo diferente". Ta aí a prova, cada um interpreta de uma maneira.
Quanto as habilidades, sim, profissionais saem hoje sem a noção da vasta opção de atuação que tem!