Um mega evento internacional capaz de manter por gerações um legado de cultura, tradição, ritos e protocolos, marcado em Londres por quebrar todas as regras na noite de abertura dos jogos olímpicos 2012.
A Rainha Elizabeth II (que comemora neste ano 60 anos no trono britânico) lançada em um paraquedas com James Bond ou a chama olímpica convertida em flor e acendida não por uma celebridade, mas por sete jovens desportistas, surpreenderam os mais de 80 mil espectadores no estádio de Stratford e mais de 1 bilhão e meio que acompanharam ao vivo em suas Tvs, computadores, tablets e Smartphones.
Mais de 1.000 voluntários, em sua maioria funcionários públicos, foram os atores do verdadeiro espetáculo inicial. Foi apresentada a história da Inglaterra, do campo à indústria, os protestos, as mulheres lutando pelo direito ao voto, the beatles, as revoluções culturais, a chegada dos imigrantes, a satisfação e importância com o sistema público de saúde (NHS) e a revolução tecnológica dos últimos anos, tudo em um cenário modificado a cada minuto com som, iluminação e tecnologia super avançada.
Em mais de três horas de espetáculo, o rock e o pop dominaram o evento, dos Artic Monkeys ao clássico Paul McCarthney que fechou a noite com “Hey Jude”. Durante mais de uma hora, cada uma das delegações desfilaram no estádio, depositando as pétalas em cobre, que no final da cerimónia, formariam a chama olímpica.
Entendendo a história…Estamos na 30ª edição dos jogos da era moderna. A tradição se iniciou em 2.500 a.C. quando os gregos já faziam homenagens aos deuses com realização de competições. Somente em 776 a.C. que ocorreram pela primeira vez os Jogos Olímpicos, de forma organizada e com participação de atletas de várias cidades-estado. Os jogos foram interrompidos em 392 d.C. pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo e retomados somente em 1896 com a criação do COI em Atenas, já na Era moderna. Depois disso só foram interrompidos por duas vezes por conta das guerras mundiais.
Os Símbolos… Você sabia que existem outros símbolos dos jogos olímpicos além da chama olímpica?
- A cerimônia de abertura e o juramento – A delegação que abre a cerimônia é sempre a da Grécia, seguida pelos outros países, por ordem alfabética, no idioma oficial do país-sede. Cada país escolhe um atleta para conduzir a bandeira nacional à frente da delegação. Atletas e juízes fazem o juramento segurando a bandeira Olímpica.
- Bandeira Olímpica – com fundo branco e com cinco anéis entrelaçados no centro cada um de uam cor representando os cinco continentes habitados do mundo, unidos.
- O ritual da Pira – Meses antes de cada realização dos Jogos Olímpicos a chama é ateada em Olímpia e transportada na tocha Olímpica com um revezamento por terra até a cidade-sede, desde as edições dos jogos de Barcelona, o convidado a ascender a pira que fica acesa até o fim dos jogos é sempre alguém de alta representatividade para o país-sede.
- Hino Olímpico – É executado durante a Cerimônia de Abertura de cada edição, quando a Bandeira Olímpica é hasteada, e na Cerimônia de Encerramento, quando ela é arriada. Não encontrei um vídeo com o hasteamento da bandeira em Londres, apenas da última edição em Beijing – 2008. A primeira bandeira hasteada é sempre a do País-sede, em seguida a dos jogos olímpicos. Ver vídeo.
- Mascote olímpico – De maneira animada e descontraída, representa o país utilizando cores e símbolos que traduzem a cultura local.
- Cerimônia de Premiação – Nos Jogos da Antiguidade, o primeiro colocado recebia como premiação uma coroa de louros com folhas de oliveira (árvore considerada sagrada na Grécia), que significava a mais alta honra para o atleta. Era equivalente a uma medalha de ouro olímpica atual. Em 1932, os organizadores introduziram o pódio para os três primeiros classificados, com direito a hino, medalha e bandeira para o vencedor.
- Cerimônia de encerramento – Completando a cerimônia de abertura, a bandeira olímpica é arriada, a pira olímpica é apagada, o placar eletrônico anuncia o nome da próxima cidade-sede a receber os Jogos e seu prefeito recebe a bandeira olímpica em mãos.
Referências
LIVRO: Universo olímpico: uma enciclopédia das Olimpíadas, Eduardo Colli. São Paulo: Códex, 2004.
LIVRO: O guia dos curiosos: olimpíadas / Marcelo Duarte. 1 ed. São Paulo: Editora Panda, 2004.
SITE: Comitê Olímpico Brasileiro
SITE: Comitê Olímpico Internacional
SITE: Travinha esportes
Fotos: Google Imagens
Muito legal sua retomada da cerimônia, Fábio, aliás uma das melhores desde Moscou 1980 (embora esta continua imbatível, na minha opinião). Isto porque Londres conteve, mesmo com o tom de "encenação" buscado pelo cineasta contratado, muita sensibilidade e muita emoção, inclusive com auto-crítica pertinente, madura e reflexiva sobre a revolução industrial. Londres mostrou a diferença que faz ter história pra contar. Quero ver a participação do Brasil na cerimônia de encerramento – e que não se fique nos ícones convencionais, do tipo Carnaval, Pelé e Gisele Bundchen, por favor…
É verdade Rodrigo, para mim Londres quebrou paradigmas, foi uma seqüência em que você não podia perder um só segundo que o cenário mudava por completo. O mais legal é que eu imaginava algo totalmente formal, como foi no Jubileu da Rainha, mas ela mesma inovou, achei muito criativo. Acredito que o samba não ficará de fora por aqui, mas novidades como fazer pela primeira vez, ao vivo, um tetraplégico caminhar será um mega avanço para quem só espera carnaval do nosso país já pensou?
Obrigado por comentar. Abraço!