Esses dias parei para ler um texto interessante do Marcos Hashimoto, chamado “O lado negro do empreendedor”. É bom ver os pés no chão do autor ao mostrar os sentimentos e situações adversas que afetam a vida do empreendedor.
O que você faz quando se encontra em uma situação difícil, defende seus valores até o fim ou tende a adotar um “comportamento ético mais flexível”?
Segundo uma pesquisa citada no post do Prof. Hashimoto, a primeira coisa que o empreendedor faz quando a grana encurta é deixar de pagar impostos. Mas a parte mais intrigante ainda estava por vir:
Muitos empreendedores brasileiros tiram vantagens da maioria das situações em que podem ter algum tipo de benefício. Dependendo de quem vai ser prejudicado, eles não se importam e não é só na necessidade que abrem mão de seguir princípios éticos, sobretudo em coisas que não podem ser fiscalizadas ou quando as chances de serem descobertos são mínimas.
Ok, você vai dizer que eu exagerei. Não há nada de novo nisso, todo mundo sabe e aceita… mas não devia.
Pense em uma empresa em que o fundador é adepto do “jeitinho”. Pense agora como comunicador e no impacto que isso pode ter dentro da cultura dessa empresa, e em como esses valores podem se perpetuar. Pense no estrago e nas perdas que podem causar.
Pense maior, no seu país, e em como certos valores impregnados na nossa cultura causam perdas terríveis todos os anos para beneficiar alguns poucos que se apropriam do bem comum.
Em ano de eleição, não tinha como deixar de fazer o gancho. A falta de princípios que norteiem as nossas ações pode falir uma empresa e até afundar uma nação inteira.
A boa notícia é que a recíproca é verdadeira. Princípios podem trazer sucesso e prosperidade, e não faltam exemplos mundo afora para ilustrar. O cidadão, o empreendedor, o político, o chefe de estado podem sempre dar o bom exemplo. O indivíduo pode fazer toda a diferença.
Mas afinal, “o que você faz quando ninguém te vê fazendo ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?”. (A música pop pode trazer reflexões extremamente profundas).