As palavras de ordem nessa época de redes sociais e comunicação 2.0 são: rapidez, viral, meme… será? O questionamento aqui não é sobre a frase inicial, mas a indagação do verbo “será”, tem sentido de certeza, confere, é real?
Todas as últimas ações que são notícias nas redes tocam sempre um alarme na cabeça dos usuários. Isso é mesmo um fato real ou é uma ação de marketing? Depois de ações como “Perdi meu amor na balada”, “As Tchecas do Pânico” , a TV mais fina do mundo, os usuários e veículos de informação passaram a olhar notícias do cotidiano que se espalham nas redes sociais como algo suspeito, sempre uma armação.
O caso mais recente é do “mendigo de Curitiba”. Em um dia a foto que ele pediu para a moça tirar teve mais de 19 mil compartilhamentos e permitiu que descobríssemos família, o porque de estar nas ruas… mas tudo sobre as aspas e suspenses do será? O fato foi notícia em todos os portais de notícias, sites e blogs. Mas todos tratam o moço como “suposto mendigo”. Talvez por ele ser um moço bonito, ainda não maltratado pela vida na rua e com dentes e unhas limpas (como fizeram observação).
O quero questionar não é se ele é ou não mendigo, mas sim a responsabilidade das ações que nós comunicadores temos criados. Na ânsia por criarmos algo novo, surpreendente e que iluda o consumidor estamos aumentando o ceticismo e prejudicando causas sociais.
Claro, ainda não é nada exagerado, mas é no mínimo preocupante que um fato social possa primeiramente ser olhado como algo marqueteiro, não acham? Ou então, daqui a pouco iremos acordar e perceber que estamos no Show de Truman? =)
Marcia, o ponto que levantou é MUITO importante, recai TOTALMENTE sobre a credibilidade que temos e que zelamos. O feitiço pode virar contra o feiticeiro, certo?
bjs
Pedro
Pedro,
Exatamente. Corremos o risco de banalizar os acontecimentos por contas de ações "sensacionais e inusitadas".
As pessoas passaram a questionar os acontecimentos. Isso é mesmo real ou é uma ação de mkt ou comunicação?
Achei que valia colocar para discussão 😀
beijos
Marcia, vc toca num ponto crucial para a nossa atividade. Nesse caso, vc começa a definir a natureza do meio sob o ponto de vista de quem o utiliza, seja para produzir fatos e acontecimentos, seja para consumi-los (todos nós os usuários). E a questão do "será?" deve sr refletida com base em nossas fundamentações, ou seja , nas fundamentações de relações públicas. Mas não se "eles" estão utilizando essas fundamentações ou como deveriam utilizá-las, ao contrário, devemos pensar como nós os profissionais de relações públicas estamos utilizando esse espaço e ai o "será?" passa para o nosso lado. Será que estamos utilizando ou atuando no meio das redes sociais como profissionais de RP ou como todos os demais, a maioria, por assim dizer? Tenho feito monitoramentos de assuntos que revelem ser estritamente institucionais, quer dizer, desprovidos de qualquer outro efeito seja mercadológico ou publicitário ou até mesmo "sensacionalista" ou "inusitado", mas não tenho tido muito sucesso. A grande questão então é será que nós profissionais de relações públicas estamos utilizando o espaço como tal ou estamos seguindo a tendência da maioria, imaginando que se estamos alcançando efeitos de imagem estaríamos fazendo relações públicas? Tenho muitas dúvidas sobre isso. Minha experiência com o resultado de minhas observações e análise me indica que não. O que os demais acham?
oi Flavio,
creio que o será não se encaixa em nossas ações, nós RPs, pois trabalhamos sempre com o factual, com o compromisso de desatar nós e não criá-los. O será está mais ligado aos comunicadores sociais de áreas irmãs como a publicidade e o marketing, pois o objetivo deles é envolver para ganhar algo: vendas ou algo ligado a resultados e não relacionamento que é mais a nossa praia.
Obrigada por comentar.
Abraços
Marcinha, o seu texto me faz lembrar até que ponto vai o escrúpulo de uma marca e de seus comunicadores. Muito triste toda e qualquer situação tentar se transformar em um grande viral. Será que não podemos acreditar em mais nada? Daqui a pouco, qualquer ação da internet vai padecer da questão da credibilidade. Recentemente, fiquei pasma com a volta do caso "Visou" (http://jornalistamasini.wordpress.com/2012/10/10/loja-visou-que-xingou-cliente-diz-que-esta-com-lucro-absurdo/). Em que internet vivemos? 🙁
oi Carol,
Realmente do ponto de vista de comunicadores temos que nos preocupar, não? Assim com a Visou, mais marcas fazem esse tipo de não comunicação e se virar moda, estaremos ferrados. Aprendemos durante todos os anos de faculdade e livros lidos que imagem instituicional é tudo, e esse pessoal parece que começa a jogar o bem mai precioso para o alto.
Obrigada por comentar.
beijos