Public Affairs é a palavra em inglês para o que, no Brasil, chamamos de “Assuntos Públicos” (Relações Governamentais). Basicamente PA é o trabalho desenvolvido para engajar e gerar sinergias entre grupos de interesse da sociedade civil e do poder público em prol de uma causa ou objetivo comum.
Public Affairs é muito semelhante ao trabalho de essência das relações-públicas, mas voltado ao governo, ou seja, para influenciar este e suas decisões. Para o desenvolvimento deste trabalho precisa-se de estratégias de Relações Governamentais, mobilização e estruturação de grassroots (conheça mais), financiamento de campanhas eleitorais, criação de grupos com objetivos comuns (associações), lobby e, claro, muito trabalho de comunicação.
É um assunto difícil de entender pra nós, brasileiros, pois estamos pouco acostumados (infelizmente) a tentar influenciar o governo, interagir com este, cobrar resultados efetivos, contactar nossos governantes (do Poder Executivo e do Poder Legislativo) e por aí vai. Em mercados maduros neste sentido, como os EUA ou a União Européia, é muito comum ver trabalhos neste sentido.
Bom, esses dias estava lendo um artigo gringo sugerido pela Carol Terra sobre a relevância de uma tuitada de um CEO e me deparei com a Beekeeper Group, uma agência que trabalha com desenvolvimento de buzz em Public Affairs.
O negócio é simples, eles desenvolvem trabalho para grupos, empresas ou instituições que querem influenciar ou chamar a atenção dos governantes para determinado ponto, usando principalmente o poder das redes sociais e mídias digitais; criando BUZZ. Tá ai aquilo que a gente vem procurando e falando faz algum tempo no Brasil: A Internet é uma ferramenta poderosa de engajamento e monitoramento de governos, porém precisamos entender que é FUNDAMENTAL fazermos, como cidadãos, este trabalho.
Não falo em defender uma visão político-partidária, mas sim ir além disso! Precisamos acompanhar, monitorar, cobrar e movimentar a sociedade em prol de assuntos de interesse gerais, como educação, saúde e segurança, pressionando os governantes (prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e até a presidência), para que hajam sobre estes assuntos.
No vídeo abaixo a Beekeeper explica melhor como eles funcionam (em inglês).
Pedro, esse trabalho não pode ser chamado de lobby também? Explique-se, especialista! 🙂 Beijos.
Mais ou menos Carol hehehe.
Este é um dos trabalhos (ações) desenvolvidos no processo do "lobby". Chamamos este trabalho de mobilizar bases ou grupos de pessoas de "grassroots", ele faz parte de uma estratégia maior de lobbying que deve envolver também a estruturação de discursos de executivos, contatos com governantes, pode envolver ações na mídia, etc…
É difícil entender e explicar pois a lógica americana funciona diferente. Lá este tipo de ação do BeeKeeper é bem eficiente pois os deputados e senadores tem áreas de atuação bem delimitadas, o que possibilita atingir o público de eleitores dele com mais facilidade; diferente do que acontece aqui no Brasil onde um deputado tem votos espalhados pelo Estado todo.
bjs
Bom dia Prochno. Uma duvida, qual a diferença de Public Affairs e Lobby. Entendendo que o lobby é uma forma de influenciar as decisões politicas.
Outra coisa, o movimento gota d'agua pode ser um exemplo de Public Affairs correto?
Ele se utiliza do mesmo trabalho oferecido pela Beekeeper
Fala Leandro, tudo bom?
Ótima pergunta. O Public Affairs é mais amplo, ele pode ou não culminar no lobby (que sim, vc bem definiu, é a ação efetiva de tentar interferir em um processo decisório). PA englobaria o monitoramento, acompanhamento de projetos, definição de estratégia, definição de stakeholders, etc…
Sim, o gota d´agua é um trabalho de PA, eu na verdade não conheço o todo dele, mas os vídeos são uma ponta do trabalho de PA.
Ficou claro?
Abraços
Pedro Prochno
@prochno blogrp.todomundorp.com.br