Início de 2013 escrevi sobre a presença de universitários no mundo digital, que abordou a movimentação das redes em função da profissão de Relações Públicas.
Um tempo atrás, em uma conversa com o Mateus Martins, que era editor do Ocappuccino.com, percebemos que há uma mesma percepção da movimentação dos estudantes. O blog dele e o meu – A Bordo da Comunicação – eram 80% focados em estudantes, os quais nos traziam um grande fluxo de visitas. Hoje a realidade é outra para o cenário. Não somente em fluxo de visitas, mas estudantes que movimentam a área de Relações Públicas, bem como os colegas do ERERPNO 2013 estão fazendo.
Não vou dizer que os professores não incentivam, até porque não precisei de tantos incentivos acadêmicos para dar continuidade ao A Bordo da Comunicação, depois que ele deixou de ser atrelado a uma matéria. E conforme entrevista que fiz com o Mateus Martins, o Ocappuccino começou quando ele era monitor na agência e Relações Públicas da Faculdade (Fabico/UFRGS). Foi elaborado um projeto para criar um blog da faculdade como incentivo aos alunos a criarem conteúdos. Por uma série de razões, o blog não foi aprovado pela direção, então o Mateus e mais dois colegas resolveram iniciar o blog por iniciativa própria. Exatamente do que aconteceu comigo e o A Bordo.
Os nossos blogs tomaram uma proporção tão grande que fazíamos concursos culturais, sorteio de livros, processo seletivo de agências, até que o Ocappuccino conseguiu levar estudantes para um congresso em Brasília.
Segundo o Mateus, “Ocappuccino virou referência entre alunos e professores. Isso aconteceu quando criamos uma rede de colaboradores de diversas partes do país para criar conteúdos originais e para trazer a realidade da profissão em cada cidade ou estado. Tivemos algumas iniciativas como o ‘Os 10 RPs que merecem ser seguidos no Twitter’, que gerou um buzz incrível. Também realizamos duas palestras na Semana de Comunicação da Faculdade que lotaram o auditório, trazendo os maiores nomes de PR Digital e Comunicação”.
Hoje o Mateus conclui que na época, quando criticavam campanhas de marketing ou Relações Públicas, era tudo bem superficial, mas foi essencial para o crescimento profissional. E deixa um conselho para os universitários de hoje: “criar, ler e pesquisar bastante e buscar referências legais em outros sites, em PDVs, em outdoors, em anúncios na internet, em panfletos de sinaleira, em embalagens de produtos, não importa, critiquem, refaçam campanhas e coloquem no ar a opinião de vocês”.
Eu releio alguns textos que escrevíamos. Pelo A Bordo fizemos 3 revistas com grandes profissionais na área de RP, concursos, sorteio de livros. Muitas coisas boas e muitas realmente superficiais, mas que hoje me abriu muitas portas e foi um grande aprendizado, pois a proximidade de grandes profissionais de RP foi primordial.
Essa semana, em uma conversar com o Pedro Prochno – digamos, que o editor-chefe desse blog – é bom termos todos os contextos dentro do radar de RP, mas estamos perdendo o link direto com a profissão. Até onde isso é bom para o futuro dos universitários?
Fica aqui a reflexão.