Quem é Relações Públicas formado ou já está na faculdade e bastante antenado deve ter percebido que o networking é uma “ferramenta” básica em nossa profissão. Criar e manter relacionamentos com pessoas é algo poderosíssimo e só traz benefícios, desde que bem gerenciado. Nos últimos dias recebi contato de algumas pessoas que me fizeram ver que as vezes falta um pouco de “noção” do que é isso e como funciona, por isso resolvi escrever este post.
Networking é criar e manter redes de contato (basicamente). É conhecer pessoas e saber aciona-las em ocasiões específicas em que você precise. É também ajudá-las, reconhecer conquistas, lembrar de datas especiais (aniversários), enviar materiais que são interessantes. Networking não é simplesmente pegar o cartão de visita de alguém e ligar quando você precisa, pelo contrário. Networking é criar algum tipo de vínculo (pessoal, profissional, de cordialidade, superficial) enfim, é cuidar da relação que você manteve com a pessoa.
Uma das pessoas que me contatou pedia para ser indicada para vagas de trabalho. Citava a ocasião que havíamos nos conhecido (em uma palestra que ministrei) e nunca tivemos nenhum tipo de contato. Fiquei super receoso em indicar, claro, não conheço a pessoa para me sentir confortável em fazer uma indicação. Você pode estar pensando que isso é arrogância de minha parte. Pode até ser, mas eu estou pensando no networking. Imagine que, sem conhecer a pessoa, a indico para um amigo meu em uma empresa. Ela é contratada e não trabalha bem, não tem comprometimento. Ao indicar, dei minha “assinatura” de que a pessoa é boa, o que se provou equivocado. Meu networking, pode sair desgastado.
Relações de negócios, principalmente, são bastante ancoradas em troca de informações, conhecimento, eventos interessantes, indicação de cursos e até mesmo de pessoas; sempre de forma pessoal e não maciça (email com 300 pessoas no BCC). Networking não necessariamente significa fazer amigos, mas amigos podem integrar o seu networking, claro.
Criei a lista abaixo com alguns passos básicos para criar e manter redes de contato. Se você tem mais alguma dica, por favor deixe nos comentários!
- Ao conhecer uma pessoa, se apresente, diga seu nome: “Olá, sou o Pedro Prochno, muito prazer”.
- Se tiver, entregue seu cartão de visita e tente receber um da pessoa (veja os da moo.com superlegais)
- Mais do que contar dos seus objetivos ou projetos, mostre interesse pelas histórias das pessoas
- Não deixe o papo morrer. Chame a atenção, converse sobre o evento, por exemplo, mas sem falar baboseiras
- Siga a pessoa em redes sociais abertas (twitter) e veja os assuntos que ela comenta e interaja
- Se você quer arriscar adicionar a pessoa no Facebook ou LinkedIn, escreva uma breve mensagem falando quem é e onde se conheceram (DICA DE OURO)
- Seja relevante; troque conhecimento, ofereça conhecimento e zele pela qualidade
- Após conhecer a pessoa, sempre vale, no dia seguinte, mandar um e-mail, agradecer a conversa e deixar o canal aberto para troca de informações
- Tenha conteúdo para oferecer. Não queria simplesmente se aproveitar das pessoas ou você será rejeitado.
- Saiba falar de outros assuntos além daqueles inerentes à sua profissão :-S
- Retome contatos antigos, com colegas ou pessoas que não vê faz tempo
- JAMAIS procure uma pessoa para falar mal de pessoas ou do local em que trabalha (quando estiver procurando um novo emprego)
- Saiba identificar a hora de parar, perceba se a pessoa tem que atender mais gente ou quer “fugir de você”. Não force a barra
- Lembre-se de que Networking é uma “via de mão dupla”: Ajude e respeite para ser ajudado e respeitado
O que você achou das dicas?
Muito boas as dicas, estou no 6º período de Relações Públicas e sei da importância de um bom Networking. Um ponto que eu acho que deve ser falado é que há um limite, entre querer estreitar a relação e um puxa saquismo, pois isso desgasta o Networking e repele a outra pessoa.
Até.
Gostei muito do post, Pedro. já vivi várias vezes essa experiência de solicitação de recomendações e indicações e isso tem se tornado cada vez mais delicado, mesmo você tendo algum conhecimento ou relação com a pessoal.
Leitura valiosa para os ingressantes no mercado e para aqueles que estão descobrindo a relevância estratégica do networking para a vida profissional – e pessoal também, não se enganem!
Está bem bom, Pedro!
No item 2 é bom lembrar: MUST HAVE. Apesar das redes sociais, cartão de visita é algo absolutamente imprescindível e, de preferência, que não seja o tradicional e conservador branco com letrinhas miúdas pretas. Pode ser branco com letras pretas, claro, mas ele precisa ter alguma coisa que o diferencie e destaque dos demais seja a diagramação, seja uma imagem diferente, fonte, decoração, formato… Isso fará com que as pessoas lembrem mais facilmente de você.
Acredito que uma boa forma de retomar o contato é sempre "oferecendo" alguma coisa, um artigo interessante envolvendo algum assunto de interesse do interlocutor ou mesmo a área que ele atua, por exemplo. Tipo: "li isto e lembrei de você". Assim você demonstra que prestou atenção nas coisas que o outro falou e que ele tem relevância para você.
De resto, realmente é bom ficar atento. Complicado alguém com quem você não tem maior relacionamento, nem pessoal nem profissional, pedir que seja indicado ou referenciado para um trabalho ou vaga de emprego. Se o fizermos, colocamos nosso próprio nome e capacidade de avaliação das competências de uma pessoa em risco, consequentemente colocando em risco nossa própria reputação e confiabilidade.
Bjs.
Eu acrescentaria uma coisa a essa lista: ser paciente e cultivar a relação, fazendo isso pelo genuíno interesse na pessoa, e não apenas por aquilo que ela tem a oferecer em termos de rede. Sem pressa, criando vários pontos de contato. As pessoas em geral detestam se sentir usadas e receberem aproximações por “interesse”, pensando no sentido mais vulgar da palavra. É preciso pensar em longo prazo.
Uma ideia de ouro, bem sabida pela psicologia, e que pode ser útil é, antes de pedir um grande favor, pedir um favor pequeno. Estudos (não é o caso de detalhar, mas eles existem e são bem sérios) demonstram (eu disse demonstram, e não comprovam, ressalto) que as pessoas têm uma tendência a fazer algo mais custoso, difícil, arriscado ou sacrificante como favor a alguém depois de serem solicitados a fazer um favor pequeno, simples, de baixo custo ou esforço. Ou seja, antes de pedir ao seu contato que lhe recomende a um cargo numa empresa, pergunte, por exemplo, se ele pode ler um texto seu e dar sua opinião. É muito mais provável que você cative sua empatia e esforço se conquistar um favor pequeno antes de pedir o grande.