Este post foi escrito por Samyr Paz. Participe você também do #Blogrelacoes, veja como aqui!
No momento em que pipocam diversas pesquisas sobre o mercado de trabalho dos relações públicas, apresentamos aqui em primeira mão os resultados de um pesquisa independente, realizada pelo RP Samyr Paz, que coletou dados entre 12 de maio e 30 de junho deste ano. Esta pesquisa objetiva abordar temas quanto a colocação no mercado dos profissionais de relações públicas, remuneração, atividades e opiniões acerca do desenvolvimento do mercado. Com estes dados é possível analisar próximos passos para a classe profissional, como: o que é possível fazer para melhorar o mercado? Quais as forças e fraquezas dos relações públicas do Brasil? O que esperar do futuro?
Para isso foram conduzidas pesquisas online com questões estruturadas e abertas. Foram coletadas 420 respostas de profissionais e estudantes de relações públicas de todas as regiões do Brasil. A pesquisa foi amplamente divulgada por canais de comunicação voltadas para área: Blog Relações (maior parceiro desta empreitada), Todo Mundo Precisa de um RP, Relações Públicas Brasil, Relações Públicas da Depressão, Conrerp/4º, Conferp, Só Relações Públicas Faz e outros, além de divulgação nos grupos de relações públicas espalhados pelo Facebook.
A pesquisa será apresentada em quatro partes, sendo esta a primeira relativa aos dados quantitativos. Na três próximas partes aprofundaremos algumas questões, analisando respostas dos participantes quanto a seguinte questão: “Você acha que o mercado profissional de relações públicas vai bem ou mal? Por quê?”
- Parte 2: Como vai você?
- Parte 3: Mitos e verdades
- Parte 4: Cabo de guerra
No infográfico abaixo você pode conferir os dados quantitativos coletados referentes aos seguintes questionamentos da pesquisa: idade, sexo, renda, modalidade profissional, tempo de carreira, configuração da empresa em que trabalha, atividades, registro profissional e mudança de carreira.
Acerca dos dados do infográfico é possível ponderar sobre alguns quesitos. O primeiro deles é: amostra de respondente jovem. 45% dos respondentes têm entre 18 e 23 anos, e outros 34% têm entre 24 e 29 anos. Além disso, 77% têm até 5 anos de carreira profissional. A carteira assinada domina a modalidade profissional (46%), enquanto o empreendedorismo está em baixa (8% apenas). As mulheres são a esmagadora maioria (78%), assim como a atuação em empresas privadas (72%).
Em seguida, alguns dados intrigantes: 35% dos respondentes são remunerados com 1 a 2 salários mínimos e 25% com 3 a 4 salários mínimos. Pode ser que em função disso 42% já pensaram ou pensam em mudar de carreira. Mas, não sejamos drásticos em relação a isso, afinal 58% nunca consideraram a mudança de carreira. No que diz respeito as atividades profissionais, nada inesperado: atividades ligadas a eventos na liderança (11%), enquanto outras atividades aparecem logo em seguida: planejamento (10%) e redes sociais (10%).
Outro dado importante: 80% dos respondentes não são registrados no Conselho Regional de Relações Públicas (CONRERP). Cabe a ressalva que se obteve muitas respostas de estudantes na pesquisa, porém 80% continua sendo um dado importante. Na análise das respostas abertas a pesquisa vai entrar em mais detalhes sobre a relação entre profissionais e o Conselho.
É importante ponderar que a pesquisa, conduzida no ambiente online, pode ter atingido uma amostra maior de jovens. Por mais que seja difícil imaginar um relações públicas, independente da idade, que não acesse a web, é importante levar este ponto em consideração. Se cruzarmos os dados de idade com o de salário é possível entender que muitos dos respondentes ainda estão concluindo a graduação ou em início de carreira. Por isso é importante ter CALMA, dedicação e comprometimento. O salário, ao longo dos anos, pode e deve subir para todos ao avançarem na carreira. Logo, a desvalorização neste caso pode ser apenas passageira.
Na próxima semana apresentaremos a segunda parte da pesquisa, intitulada: “Como vai você?”
Enquanto isso, amplie a discussão nos comentários. O que você achou dos dados? Concorda? Discorda? Deixe sua opinião.
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Samyr Paz é Relações Públicas formado pelo Centro Universitário Univates. Apaixonado por tecnologia, comunicação e por qualquer assunto que envolva relações públicas. Escreve sobre o tema em medium.com/@samyr.
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Parabéns pela pesquisa!
Muito bacana a pesquisa, acho que precisamos ter acesso a estes dados para podermos buscar meios de melhorar e valorizar nossa profissão.
Samyr, você tem o perfil desses respondentes divididos por região geográfica? E mais uma dúvida: foi uma amostra online ou o retorno de um link colocado nas mídias digitais? Seria interessante tentar fazer uma pesquisa com uma amostra de todos os profissionais. Achei a porcentagem de recém formados muito grande. Parabéns pela iniciativa!
Também acho que seria interessante separar as informações por categoria: profissional x estudante. Por exemplo, seria interessante saber qual é a média salarial entre os profissionais já formados.
De qualquer forma, parabéns pela pesquisa!
Marcelo, desculpa a demora para responder. Em modelos estatísticos fazer uma pesquisa com uma amostra populacional completa é praticamente impossível e não eficaz. Explico: depois de uma quantidade as respostas tendem a seguir um padrão. No caso dessa pesquisa, 420 respondentes é um número bem expressivo. Poderíamos recolher dados de todos os 10 mil membros do grupo, que ainda teríamos resultados semelhantes, talvez com uma pequena variação (desvio padrão em estatística). Não temos os respondentes divididos por região, pois não era o objetivo da pesquisa. Queríamos ter uma visão geral do Brasil inteiro. Como dito na pesquisa, por se tratar de uma amostra online, os respondentes podem ser mais jovens. Porém, é difícil pensar um RP que não acessa a web, né? Mesmo que seja mais velho. Uma hipótese para esse grande número de recém graduados pode ser reflexo do grande número de cursos de RP que nasceram e se firmaram nos últimos 10 anos. Mas não tenho dados quanto a isso, seria necessário outra pesquisa. Alguma dúvida? Compliquei ainda mais? hehehe
Juliana, obrigado pela sugestão. Pode ser que este seja um próximo passo para uma nova pesquisa, assim como a ideia do Marcelo de dividir por regiões do Brasil. =)
Sobre o "tempo de carreira", chega a ser espantoso e ao mesmo tempo confortante, pois, apesar da profissão ser regulamentada desde 67 (sabemos que na prática ela existe há mais tempo que isso), 77% tem tempo de carreira somente até 5 anos, enquanto apenas 4% e 5% trabalha há mais de 11 anos na área. O lado confortante é: as pessoas que têm até 5 anos de carreira, reforça o que já sabemos: a profissão vem crescendo – digo SÓ vem crescendo – ao longo dos anos; e ainda, não sei se provoco, mas sem flexibilização…
Para refletir:
*Quem são os 4%, 5% e 77%? Qual o perfil dessas pessoas? Ainda me atrevo a dizer que a maioria das pessoas que têm de 18 a 29 anos fazem parte dos 77%;
* Pq 80% (!) não tem registro no Conselho? Confesso, faço parte desse grupo o/; e não me registrei ainda pq não tenho como pagar;
* Mudar de carreira? Não…mas ser RP em qualquer lugar;
* RP Empreendedor: nós fazemos a diferença nas empresas e sabemos disso. O tal "patinho feio" como diz o Alf ficou pra trás. Vamos ousar, inovar, isso faz parte do RP! Cadê os RP´s empresários?
Enfim, falei muito, rs. Peço desculpas se falei alguma bobagem.
Abraços!
#AmoSerRP
Parabéns pela brilhante iniciativa meu caro, sua pesquisa é especialmente útil para eu poder formar uma imagem mais adequada da realidade do mercado de Relações Públicas.
Estou profundamente surpreso com a desproporção entre o número de mulheres e homens nessa área, por incrível que pareça, pensei que fosse exatamente o contrário, mas, muito gratamente, me enganei.
Uma coisa que me deixou em choque foi a média salarial, pensei que fosse bem melhor a realidade salarial de um RP, mas, segundo interpreto as estatísticas, ela não difere muito de áreas como administração e marketing.
Uma coisa que eu gostaria muito de saber é o nível de absorção de profissionais formados, se há condições de pleno emprego no mercado de trabalho de RP, se há falta de mão de obra-qualificada, ou então se há falta de postos de trabalho. Como sou futuro estudante dessa matéria tão encantadora, fica aqui uma sugestão, dada com muita humildade, para uma próxima pesquisa.
Um grande abraço, e meus parabés, mais uma vez!