Eu confesso, aqui, em público: sou heavy user de redes sociais, mas trato-as como um mal necessário. Volta e meia eu reclamo dos milhares de blablablas e conselhos de *especialistas* do mercado em torno do *digital*.
Digital, o nosso fetiche contemporâneo, super presente no discurso e ainda pouco na prática. Ele lota horas dos nossos dias com timelines repletas, comentários questionáveis, e hashtags em vão. Mobiliza multidões, estabelece discussões fundamentais mas, ainda, traz raros exemplos de situações que saem do online e se refletem no offline – ou situações “all line“, como eu adoro chamar.
Daí em um dia como hoje, uma quinta-feira qualquer, a principal rede social do momento pára de funcionar. Ficamos algumas horas sem whatsapp que, mesmo que já tenha voltado totalmente à ativa, não pode deixar passar a reflexão.
O silenciamento do whatsapp só reforça o meu bordão máximo na hora de escolher por onde começar uma estratégia digital: rede social é como casa alugada. O *dono* (ou uma controversa decisão judicial) pode, a qualquer momento, tirá-la do ar. Decidir que aquilo que era seu, que você levou horas criando, alimentando e/ou postando, não é mais. Por isso é preciso sempre investir em mais de uma. Já conteúdo, aquele que você produz de forma autoral e educativa, é patrimônio digital. É seu e ponto.
Entre apostar os seus melhores esforços em uma casa alugada ou em seu patrimônio próprio, qual você escolhe?
O canal de TV onde se anuncia não é nosso, assim com as páginas de nossas empresas também não são – embora nelas, claro, tenhamos mais poder e mobilidade do que tínhamos nas mídias tradicionais. Acho que o susto de hoje foi um impacto e tanto para quem se ilude com o real poder de propriedade que temos sobre as redes sociais. Mais do que nunca é hora de produzir bons conteúdos all line, nas nossas mídias próprias (site, blog, eventos, materiais educativos, palestras etc).
Em tempos de realidade líquida a nossa presença online é o começo de toda a autoridade que podemos desenvolver no mundo. Esqueça os especialistas. Ninguém detém todo o conhecimento de nenhuma área. Por isso falamos tanto em colaboração e em cocriação.
Ser autoridade e construir conhecimento que se transcreve em textos, vídeos e gráficos de qualidade: o verdadeiro conteúdo de valor. Isso é sólido e mesmo que daqui 20 anos você pense diferente, o seu pensamento é e será sempre uma construção. Você é os resultados que produz e não as suas frágeis redes sociais.
Ari!! Seu post foi como um balde de água fria na cabeça. Damos tanta importância às redes sociais que acabamos esquecendo do mais importante, que é construir e se dedicar ao nosso patrimônio digital. Muito bom ler isso para repensar alguns conceitos e refrescar a cabeça!
Oi Carol, é bem por aí mesmo. Patrimônio digital (estratégia) antes de qualquer tática ou plano de ação. As redes sociais são super importantes, mas para amplificar ou chamar a atenção para o conteúdo genuíno e original das empresas.
O principal problema das redes sociais atualmente é colocá-las na base da pirâmide das estratégias de marketing/comunicação, digital ou não. É uma ferramenta como um blog, por exemplo, e é só isso. Se você não tem um bom site, muito bem divulgado nos mecanismos de busca, com um layout atraente e não saiba vender bons produtos/serviços, não há Facebook ou Instagram super lindo que resolva. O que traz mais problemas ainda é o fato de aquele espaço não ser seu de fato. Sempre que eu leio a frase "as redes sociais são a principal forma de divulgação…" já vou me preparando para o absurdo que vai vir a seguir.
Bom post!