*Por Thais Gonçalves
Em maio de 2015, estava na crise existencial que todo estudante de Relações Públicas já teve (ou ainda vai ter) sobre a escolha profissional.
Direito passou até a ser considerado como uma boa alternativa, afinal, poderia me tornar juíza ou promotora. Mas, como sou apaixonada por RP, antes de desistir (desistir? será?), fiz a melhor escolha profissional naquele momento: participei da RP Week 2015.
Nada que eu escreva será capaz de traduzir o turbilhão de sentimentos que é participar desse evento, pois é um mix de conteúdo com networking, profissionais inovadores e um ambiente que estimula muitos insights. Voltei para casa com um pouco da essência de cada uma das quatro pessoas que tiveram a iniciativa de acelerar o mercado de relações públicas no Brasil, a partir do coletivo Todo Mundo Precisa de um RP. Um pouco da ousadia do Alf, da inteligência do Pedro, do mindset da Ari e da criatividade da Japa me tornaram a (quase) profissional que sou hoje. Lembra do Direito? Puff, nem pensar (risos).
Duas frases são extremamente marcantes da RP Week: “- Mimimi, + Atitude” e “Vai lá e faz”. E foram esses pensamentos que permearam o meu café de aniversário temático, na multinacional no qual estagio atualmente.
Sim, caro leitor, convidei meu time de engenheiros e administradores da filosofia de vida “time is money” para um café da manhã, às 7:30, com o tema: afinal, o que é Relações Públicas? Mas calma, tudo foi muito bem planejado, com base no texto da maravilhosa Ana Manssour, publicado aqui mesmo, no blog Relações. Seguindo a lógica dela, segue abaixo como ocorreu o evento:
1. Análise de cenário: Sem nem 6 meses de empresa (é isso mesmo, uma estagiária novata), identifiquei no evento, a oportunidade de confraternizar com os meus colegas de trabalho e de me apresentar, enquanto pessoa e profissional;
2. Autoconhecimento e verdade: O convite foi realizado pessoalmente a cada uma das 35 pessoas e, em seguida, foi enviado um e-mail. O olho no olho fez toda a diferença, percebi que cada um expressou uma sensação diferente. Uns curiosidade, outros se sentiram lisonjeados/lembrados, também rolou entusiamo e indiferença (faz parte, não pode desanimar).
3. Busca de resultados tangíveis: Foram criados painéis interativos com o conteúdo baseado nos textos: “Afinal, o que é relações públicas e o que fazem os rps?” e “As relações públicas em 3 níveis” (Ana Manssour). Cada painel descrevia duas atividades de RP e também o conceito dos três níveis das relações públicas. O material foi posicionado ao longo da sala para que o público pudesse interagir com espaço e tranquilidade, lendo somente os assuntos de seu interesse.
4. Equilíbrio de benefícios para a organização e a sociedade: Todo o conteúdo foi idealizado, editado e escolhido, de acordo com as atividades que o profissional de RP poderia desempenhar no cotidiano de uma multinacional;
5. Informação e comunicação adequadas: Antes de as pessoas, efetivamente, começarem a ler os painéis, comuniquei brevemente qual era o objetivo da proposta e o porquê de ter organizado o evento. O discurso foi mais ou menos assim: “dado que, a profissão é recente, existe a pouco mais de 100 anos, muitas empresas desconhecem o real papel do RP nas organizações. Pensei em uma forma criativa e até prazerosa de explicar o que fazemos. Fiquem à vontade! Dúvidas, estou à disposição”. Isso tornou o ambiente seguro e agradável, propício para que o público iniciasse a interação com os painéis.
6. Mapeamento de públicos: Por se tratar de um café da manhã e de os meus colegas teres hábitos de vida saudáveis, o cardápio foi personalizado. Havia uma cesta de frutas, granola, sanduíche integral, bolo de laranja, quiche de tomate, manjericão e queijo colonial, café com leite, sucos e claro, bolo de chocolate para o “parabéns”. Parece bobagem, mas são os detalhes que fazem toda a diferença…
7. Pesquisa de necessidades e expectativas: Pensando em uma maneira de fomentar o comentário das pessoas, apliquei uma pesquisa de opinião com apenas 3 perguntas. Os resultados foram fantásticos, 22% das pessoas ainda não conheciam a profissão de RP, enquanto 78%, conheciam. 100% dos respondentes saíram do evento sabendo o que um RP faz e dentre as atividades que mais chamaram atenção, destacaram-se análise de cenário e mercado e gestão estratégica da comunicação. Claro que, quem respondesse a pesquisa, ganhava um cupcake (estratégia de engajamento e tal…). No pós-evento, os convidados receberam um e-mail de agradecimento com os resultados citados.
8. Realização de eventos estratégicos: Bom, esse item nem preciso explicar, certo?
9. Relacionamento: É simplesmente a alma de qualquer estratégia. Isso diferencia boas empresas de excelentes empresas. Poderia escrever muito mais sobre esse item, mas o texto está enoooooorme e se você leu até aqui, muito obrigada!
A mensagem que eu gostaria de deixar é: se quer que as coisas mudem, faça o diferente; o que ninguém ainda fez. Tenha iniciativa. Mostre a cara. E os mais importante, assuma as suas responsabilidades. Se ninguém sabe o que você faz, demonstre e, depois, faça bem feito. Arrisque, do chão, não vai passar.
O máximo que vai acontecer é aprender com os erros, mas se você nem tentar, nunca vai descobrir se pode dar certo. O café temático foi o caminho para eu ser convidada para participar de um projeto de Benchmarking. Isso significa que todo esforço e dedicação valeram a pena.
“Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida”. (Confúcio)
Deixa de ser trabalho e passa a ser propósito.
*Thais Gonçalves é estudante de Relações Públicas, pisciana por natureza e ariana por influência dos astros. Comunicativa e completamente apaixonada por cultura, dança e viagem. Gosto de pessoas: são incríveis e difíceis. Desafiadoras. O que eu quero nessa vida? Ser feliz, se não der o tempo todo, pelo menos na maioria do tempo. Uma observação sobre realização pessoal: não poderia ser outra coisa a não ser RP.
Parabéns pela iniciativa, Thaís! Mais RPs poderiam fazer isso!
Adorei!!