A comunicação está entrando na era das causas. Esse foi um dos insights da noite de quinta-feira da RP Week. Já pensou de quantas maneiras as marcas podem contribuir com sociedade? E quanto os caminhos que a comunicação está trilhando diante desse cenário de interação, conscientização da sociedade e mobilização?
Chegou a vez de falar sobre Marketing Social na mesa redonda com Gabriel Gomes, idealizador da Shoot The Shit e convidados. O palestrante contou sobre como surgiu o projeto, que hoje é considerado um coletivo de intervenção urbana, e como as ações desenvolvidas geram mobilização e impactam a cidade quanto à questões sociais.
Ao apresentar cases como “Que ônibus passa aqui?”, ação premiada na Inglaterra que começou em Porto Alegre e que teve adesão de mais de 30 cidades, Gabriel abordou temas como mobilidade, engajamento social, pertencimento, colaboração e impacto social.
Ao desenvolver os seus projetos, ele busca falar de problemas sociais com uma pegada mais leve, com humor e diversão. A ideia de “Construir narrativa e perder controle”, nas palavras de Gabriel, significa criar um projeto, tirar do papel, ou seja, contar para as pessoas e deixar que elas continuem a narrativa sob seu ponto de vista. A premissa é criar um pertencimento para que a ação ganhe força a partir do engajamento.
Diante desse cenário da nova comunicação que está lidando com pessoas mais conscientes, Gabriel destaca 4 pilares essenciais em qualquer projeto. Para ele a comunicação precisa ser transparente, colaborativa, sensível e aberta. Destaca que “é mais legal ter uma ideia replicável, do que ter uma ideia complexa que é só sua” e comenta sobre a importância de desenvolver o senso de comunidade, através da colaboração e pertencimento nas ações. A reflexão que os palestrantes deixaram foi que o futuro da comunicação não é sobre os meios, é sobre as pessoas. A transformação será na maneira como a gente fala, não é “o que” ou “o onde”, mas “como”.
Insights da palestra
- Sair da caixa é tentar e correr o risco!
- A comunicação está entrando na era das causas, é preciso uma linguagem diferente para interagir num contexto onde ter acesso é melhor que ter posse.
- Construir senso de comunidade. Ele acontece quando os membros conseguem influenciar e compartilham valores.
- Nós, como criativos, tendemos a ter uma ideia muito complexa – muitas vezes precisa simplificar para encontrar a verdadeira ideia, o que está por trás.
- “As coisas que a gente deixa de fazer, são tão importantes quanto as que a gente faz”
- “A melhor forma de reclamar é fazendo”
- Construir narrativa e perder controle – poder e engajamento das pessoas pra fazer comunicação social