Uma das definições de empatia é: capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc.
O Relações Públicas é (deveria ser) empatia pura. Um dos pontos que eu considero essencial no trabalho deste profissional é a capacidade de analisar a situação como um todo. Olhar além dos números ou imagens. Enxergar as relações que estão por trás de cada ação. É ai que vejo que ser RP nos dias de hoje é muito mais uma mentalidade, um modo de pensar.
Mas que modo de pensar é esse?
Em primeiro lugar é olhar com empatia. Acredito em um mundo multiconectado onde temos relações entre pessoas e marcas em uma velocidade e em uma capilaridade nunca antes vista. Se por um lado isso é oportunidade, por outro é ameaça. Os perigos de perder de vista a harmonia nas relações é iminente.
É neste momento que se colocar no lugar do outro é fundamental. Um bom profissional de RP nos dias de hoje, a todo momento, precisa vestir os olhos de quem olha para a sua marca (ou do seu cliente).
Se as ameaças aumentaram na mesma proporção que as oportunidades, lidar com problemas e crises está cada vez mais presente na rotina das marcas. E aí, mais uma vez, o profissional de RP precisa estar preparado para lidar com a situação. É fundamental ter claro, em primeiro lugar, que resolução é sempre mais importante do que retratação. Gerenciar as emoções e os sentimentos de uma relação estremecida por um erro é um verdadeiro quebra cabeças e nada melhor do que um profissional que tenha múltiplos olhares para enxergar novas formas de solução.
O trabalho do profissional de comunicação é movimento constante e o comportamento do consumidor (como um todo) está mudando em uma velocidade incrível. Notem, eu disse está mudando. É preciso acompanhar o ritmo ou você será engolido pelo mercado. Na RP WEEK de 2014 o Márcio Callage disse uma frase que eu nunca esqueci: “Se eu fizer comunicação do jeito que eu aprendi na faculdade, em 1998, estou morto”.
Hoje em dia é preciso estar sempre aprendendo, estudando, percebendo. E digo mais: o modelo de educação tradicional é fundamental, mas sozinho não vai garantir o seu sucesso profissional. É preciso anexar a todo o conhecimento teórico adquirido na universidade, os conteúdos complementares disponíveis no dia a dia. Soma-se aqui a habilidade de filtrar os conteúdos realmente relevantes e importantes, pois não tenho dúvidas de que existe muito papo furado.
Se eu sou um defensor do conceito de que todo mundo precisa de um RP, sou também um profissional preocupado com o que a nossa área oferece de mão de obra. Se sou um entusiasta de uma nova geração de profissionais orgulhosos de serem Relações Públicas, sou também um incentivador de que todos se preparem melhor.
Me pergunto todos os dias o que aconteceria se “todo mundo” quisesse, de fato, um RP. Estamos realmente prontos para atender a todos? É preciso estar preparado para ser um protagonista no mercado da comunicação e um bom começo para isso é olhando pelos olhos do consumidor ou do cliente, ou seja, aplicando o exercício da empatia!