O mundo está mais complexo e em constante mudança. Precisamos assimilar a reinvenção do mundo e o RP pode ser um grande facilitador. Rodolfo Araújo, Diretor de Branding, Atitude de Marca e Inteligência, da Edelman Significa, abriu a RP Talk deste ano.
Mas, qual o desafio do RP? O primeiro passo é entender a nossa função. Posteriormente, enxergar nas empresas uma capacidade de respostas, em função da falta de confiança das pessoas no sistema em que vivemos.
A incapacidade dos líderes, tanto de empresas quanto do governo, deserta o sentimento de injustiça e medo nas pessoas. Cabe aos novos profissionais de comunicação transformar o cenário de desconfiança.
“As pessoas do século 21 querem empresas do século 21, que conversem com os movimentos do século 21. Precisamos tirar o fone de ouvido, ouvir o outro e estabelecer diálogo para gerar confiança. E o que é essa confiança? É essa expectativa. É um sentimento, que quer dizer fé. Também é um indicador que funciona como um termômetro e os RPs trabalhando para as marcas, precisam ser bons analistas de cenários”, disse Rodolfo.
É nosso papel, enquanto comunicadores, resgatar a confiança – uma vez que esse sentimento é um ativo que afeta diretamente a decisão de compra dos consumidores. Os RPs precisam contextualizar o trabalho dentro de uma demanda de confiança porque isso vale dinheiro.
Estudos recentes mostram que as pessoas confiam mais em empresas e ONGs em relação a governo e mídia. Como também sentem maior confiança em pessoas comuns – mesmo que não as conheça.
Quebrar a confiança perde dinheiro. Em função disso, a comunicação não deve ser mais B2B ou B2C. Precisamos falar em P2P. Pessoa para pessoa. Não mais “manda quem pode, obedece quem tem juízo. Devemos pensar em significado e relevância.
Precisa ir muito além de produto ou serviço de hoje. Até porque amanhã ele não existirá. A maior parte das pessoas concordam que é possível uma empresa lucrar e, ao mesmo tempo, melhorar as condições socioeconômicas de onde opera.
Atenção e reputação não podem mais ser compradas. Diante da evolução dos processos de marketing, agora as marcas precisam ganhar o direito de participar das conversas da sociedade. O diálogo passa a ser o ponto central.
E essas conversas acontecem em um cenário midiático cada vez mais complexo. Nesse sentido, nossa curadoria mudou. O retorno reputacional está associado a recomendação e defesa.
Estamos falando de relacionamento
Quanto melhor o relacionamento, mais atenção se conquista. Mais que uma logo e um nome, trata-se de uma simbologia de uma cultura construída de dentro para fora, considerando diálogos e relacionamento em primeiro lugar.
Comunicadores devem agir antes de falar. É fundamental pensarmos em integridade, engajamento, produtos, propósito e operações.
Rodolfo ressaltou que “o mundo se aproximou das relações públicas. O mundo se aproximou de vocês, uma vez que as pessoas precisam ser o centro das marcas e das organizações”.