Isso sem considerar que a pandemia impulsionou a plataforma, uma vez que mais pessoas estavam sem sair de casa e buscando entretenimento. Muito além de dancinhas e memes, o TikTok apresenta uma diversidade de criadores de conteúdo que vão de dublagens a divulgação científica.
Os conteúdos em vídeo continuam com muita força e o formato de vídeos curtos tem se mostrado muito eficiente para engajar e entreter. De acordo com o estudo da Comscore, a maior parte dos usuários do TikTok consomem até 3 horas de conteúdo em vídeo por semana, sendo que 30% afirmaram que utilizam o app várias vezes ao dia.
Para entender melhor o cenário na plataforma e como os criadores e marcas podem explorar melhor o TikTok, eu conversei com o Fabio Polisel, RP, Coordenador de Marketing e por último, mas não menos importante, ele também é TikToker – com mais de 1 milhão de curtidas no app.
Continue a leitura para conferir a entrevista na íntegra e conhecer dicas importantes para seu planejamento de conteúdo para a rede social.
De que forma ser comunicador te auxiliou a gerar buzz no TikTok?
Fabio: acredito que o uso da boa articulação na fala e facilidade em me expressar, trouxe mais intimidade para comunicação do meu conteúdo. Além dessas características, uma curiosidade e atenção aos conteúdos que tem êxito de adesão, me ajudaram a construir meus nichos.
Como foi a escolha do nicho que você queria trabalhar? Você faz planejamento de conteúdo ou surfa nas ondas das hashtags mais populares?
Fabio: Iniciei meus conteúdos no TikTok em abril de 2020, de forma bem aleatória testando as ferramentas e funcionalidades da plataforma. Sem saber por onde iniciar, passei a observar e entender que conteúdos mais dinâmicos, que propõem interações e que fazem o espectador se identificar com a situação, são os mais viralizados.
A partir daí criei duas hashtags #carecaquefala e #carecatoker para taguear meus conteúdos, hoje juntas já alcançam 1.1M de curtidas. Foquei em uma persona com características que fazem parte do meu dia a dia: Um homem careca, solteiro, perfeccionista e comunicativo.
De forma geral esses são os temas que trato por lá. Não tenho um nicho apenas. Brincar com essas características trouxeram maior visibilidade, principalmente os desafios de trava-línguas, que me fizeram subir mais de 40k em alguns dias de desafio lançado. Para tudo isso, há sim um planejamento em andamento.
Como você vê a atuação das marcas na plataforma? Acredita que as empresas precisam ter seus próprios perfis ou utilizar influenciadores digitais?
Fabio: O padecimento das marcas está acontecendo de forma mais acelerada para o TikTok. Diversos times de futebol e empresas já utilizam a ferramenta, e no caso de times, a maior parte utiliza conteúdo de seus torcedores e jogadores, além das lives para mostrar conteúdos não disponibilizados em outras plataformas.
Outras marcas entram no TikTok já com campanhas patrocinadas. Recentemente a Netflix ingressou na plataforma lançando de cara uma trend, a #tudumchallenge apresentada por TikTokers famosos.
Acredito que não basta utilizar os TikTokers mais populares sem fazer com que o espectador se identifique com a marca e o conteúdo.
O TikTok, assim como outras redes sociais, não cria sozinho a reputação da marca, isso é uma construção a longo prazo, mas certamente pode potencializar e ampliar a relação com que as marcas se comunicam com seus consumidores.
As redes sociais, em certa medida, são um reflexo dos comportamentos da sociedade. Você acredita que o TikTok é uma plataforma que vai passar, assim como o Snapchat, ou permanecerá, assim como o Instagram?
Fabio: Pelos dados e pesquisas o TikTok é a rede social que cresce vertiginosamente comparada às demais. Trouxe uma versão mais despojada e informal de mostrar o conteúdo de seus usuários, trouxe também a possibilidade de entregar recompensas monetárias a conteudistas antes anônimos. Para as marcas, se tornou um grande desafio, principalmente na adaptação de seus conteúdos informativos para uma linguagem mais dinâmica e informal.
Toda rede social tem um período de grande crescimento e estabilização de adesão. O importante é sempre estarem em sintonia com as necessidades das gerações mais digitais. Quando os usuários descobrem novos recursos e funcionalidades, permanecem ou tendem a migrar para as que oferecem essas novidades.