Um estudo realizado em parceria pela Universidade de Connecticut e pela Universidade de Illinois e publicado no Journal of Consumer Research concluiu que o coração é nossa melhor fonte de criatividade (e não o cérebro!). Eles argumentam que, quando a nossa criação é empática, ou seja, quando levamos em consideração o que o público ou os usuários sentem ao invés de como eles devem agir, há um processo de flexibilidade cognitiva que faz com que tenhamos ideias mais criativas e assertivas.
Ao ler a conclusão deste estudo, na mesma hora me lembrei de uma passagem do novo livro do renomado Dale Carnegie, o “Como se tornar inesquecível”. Ele diz que, para ser um grande comunicador, você precisa de duas qualidades: a primeira é o otimismo, ou seja, é ser alguém que enxerga além de qualquer situação atual para imaginar um tempo melhor; e, a segunda, é saber compartilhar essa visão positiva com palavras simples, de forma que todo mundo compreenda a sua mensagem.
Como profissionais de comunicação, essas informações – tanto a empatia como a chave da criatividade como o otimismo como qualidade de liderança – são extremamente relevantes para o planejamento das nossas estratégias, inclusive como marcas pessoais.
Estamos vivendo uma era de “escapismo” (algo normal e esperando após grandes crises, como a pandemia), o que nos leva a procurar atividades e conteúdos que nos transportem para uma sensação de bem-estar, lazer e distração. Daqui para a frente, a comunicação precisará estar centrada nas emoções e, quanto mais positivas, maior será o engajamento.
Esta, aliás, é uma questão de neurociência: o nosso cérebro está programado para evitar desconfortos e economizar energia. Por isso, queremos fugir do que nos dá medo, do que traz sofrimento e sentimentos ruins. Podemos até ser impactados pelo negativo, pois ele chama a atenção, mas nos conectamos e compartilhamos muito mais o que tem uma carga emocional agradável.
Precisamos comunicar o positivo – é mais fácil vender (ideias, projetos, serviços e produtos) para pessoas que, após a sua abordagem, se sentiram dispostas e abertas e passaram a acreditar em um mundo melhor. Conteúdos muito chocantes ou tristes tendem a repelir, pois queremos fugir das sensações ruins que eles nos causam.
Veja bem: não estou aqui falando de manipulação para a venda ou de ser “poliana” para tentar enxergar beleza em tudo. Mas quero estimulá-lo a pensar na emoção e no sentimento que a sua comunicação gera no outro pois, a partir desses novos tempos, esse é um ponto que vai impactar o seu sucesso profissional. Afinal, por que alguém irá se conectar com você ou com a sua marca se o que você desperta são sensações ruins?
Aliás, pode parecer clichê, mas a comunicação positiva começa com o seu autoconhecimento: como você vem enxergando o mundo? Você está com um viés positivo, apesar de todo o cenário que estamos vivendo? Como está a sua energia? Tudo isso vai interferir diretamente no seu processo de troca com o outro.
A comunicação positiva, a meu ver, é um conceito que virá com força total nos próximos meses. Tanto para as grandes marcas, que já estão focadas no marketing sensorial justamente para nos atrair pelo emocional, o que irá gerar mais engajamento e fidelização; como para nós, marcas pessoais, que criaremos as nossas comunidades virtuais com base na inspiração e na conexão.