Vários elementos nessa mensagem demonstram que há uma estratégia pensada:
- “Oii” para quebrar o gelo, ser mais amigável
- Encontrou algum provável ponto de conexão entre eu e o serviço oferecido
- Terminou a mensagem com uma pergunta, o que deve aumentar as respostas
Muito provavelmente, perceberam que a persona pré-vestibulanda é mais propensa a fazer tal treinamento físico proposto. Após isso, mapearam quem segue o pré-vestibular em questão e procuraram o contato de telefone nos respectivos perfis.
Parece fazer sentido, né?
Acontece que eu fiz pré-vestibular em 2012.
WhatsApp é para nutrir relacionamentos, não para criá-los
Antes da opinião, um fato: A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) já entrou em vigor no Brasil e proíbe que empresas realizem esse tipo de abordagem sem o consentimento expresso do contato/lead/prospect.
Essa mudança de comportamento corporativo é cultural e vai levar tempo. Mas saindo do aspecto legal, quem gosta de receber mensagens assim no seu WhatsApp?
Agora, supondo que eu já tivesse ido em alguma aula experimental ou até feito algum treinamento com essa empresa do print. Se surgisse um novo treinamento, ação ou o que for, eu poderia receber um contato por WhatsApp e teria uma propensão muito maior a aceitar isso de uma forma amigável.
E olha só esse dado: manter um cliente custa 5 a 7 vezes menos do que conquistar um novo.
É melhor pra todo mundo nutrir relacionamentos pelo WhatsApp do que tentar começar um.
Tá, mas o que a tal empresa do print poderia fazer para conquistar um novo cliente?
A ideia por trás da mensagem, confesso, eu gostei. Porém tem um erro grave: quando tu personaliza a ação em uma conversa 1-1, tu não pode se guiar por uma persona ou estudo de mercado. Tu precisa conhecer bem esse 1.
Eu usaria a mesma ideia para fazer uma abordagem mais ampla, através de parcerias com os cursos pré-vestibulares, por exemplo.
Por que não oferecer um desconto aos alunos e seguidores de cursos pré-vestibulares em troca de um post, stories, divulgação na sala de aula mesmo, ou algo assim? Oferecer uma aula gratuita a quem chegar por meio de tal parceria? Quem sabe avaliar colocar um pouquinho de dinheiro em um anúncio direcionado a esse público? Enfim, dá para ser muito mais assertivo (e, sobretudo, menos agressivo) com a mesma ideia.
E se você pensa em tentar vender algo pelo WhatsApp de um contato que não te reconhece, além de infringir a LGPD, você muito provavelmente está sendo chato. O tempo e energia gastos para achar um possível cliente dentre tantos contatos improdutivos poderiam e podem ser usados para uma estratégia que gere melhores resultados. E que seja mais legal.