Ainda antes da faculdade, e antes mesmo de saber o que era relações públicas, eu fui vendedor de uma loja de videogames. Lá, desenvolvi habilidades que carrego no meu dia a dia profissional até hoje, trabalhando com inbound marketing.
Você pode estar pensando que não tem relação nenhuma, mas o fato é que o dia a dia no mundo real se assemelha muito ao que acontece no mundo digital.
Desinibição, capacidade de convencimento, aprender a lidar com as pessoas e saber se relacionar com elas, decifrar comportamentos e intenções de compra. São muitas as coisas, a maioria delas parecem genéricas e até óbvias, certo?
As semelhanças PRÁTICAS também são reais. Um vendedor sabe como ninguém fazer um belo funil de vendas e uma régua de relacionamento.
ABRINDO PARÊNTESIS: se você trabalha na comunicação ou no marketing de uma empresa que possui um time de vendas, corre para trocar uma ideia com eles. Vai aprender muito!
As minhas duas principais lições:
- Nunca force uma venda. Lembro de um pai que foi comprar um Playstation 2 comigo de aniversário para seu filho. Ele estava fazendo um grande esforço para essa compra e a conversa era sobre a importância de um memory card para aquele momento. Convenci ele (com base nos jogos que o filho gostava) que não era necessário. Virou cliente recorrente. Meses depois levou o memory card. Anos depois, comprou um Playstation 3. Essa lição o Design também nos ensina: a régua de relacionamento tem que ser feita olhando para o cliente, pensando como ele e com base nas necessidades dele. Nesse exemplo tem ainda um outro ponto de reflexão importante: em que momento do funil seu cliente está em relação ao seu produto ou serviço em questão? Se você tem mais de um produto ou serviço, o mesmo cliente pode estar simultaneamente em diferentes momentos do funil.
- A verdade é que não existe o fim do funil. Muitos times de marketing levam muito tempo para entender isso. Boa parte acha que o trabalho acaba quando passa o lead para o time de vendas. Quando eu fui vendedor dava pra ver que a próxima venda começava ainda antes de finalizar a venda em questão. E pode ser um update daquele produto, um diferente ou uma indicação para um novo cliente.
E você?
Está em um trabalho distante da área que tanto deseja? Um projeto social que parece não ter relação com a comunicação? Fazendo um estágio “meio aleatório” no começo da carreira? Não quero romantizar muito menos incentivar alguém a não buscar o que sonha. Porém, se tem uma coisa que eu aprendi acompanhando a Todo Mundo Precisa de um RP desde seu comecinho foi: “Calma, as coisas demoram para acontecer”. Enquanto isso, pense um pouquinho mais fundo e veja o quanto de aprendizado (teórico e prático) de RP você está ganhando. Quanto mais bebermos de áreas diferentes (aqui pode ser estudando, observando e até se divertindo), mais diferentes seremos enquanto profissionais.
E aí, o que outras experiências e vivências ensinaram você sobre a comunicação?
Ah, e como é meu primeiro texto do ano, feliz 2022! <3
E lembre-se: logo logo em fevereiro tem RP Week! Já te inscreveu? Corre lá em www.rpweek.com.br