Pesquisando para criar meu artigo deste mês, lembrei que meu contato com a comunicação colaborativa se deu no final de 2005 e começo de 2006, quando eu era coordenadora de marketing de relacionamento no jornal Tribuna Impressa Araraquara.
O nosso editor chefe na época, o José Eduardo de Carvalho* , redesenhou todo o projeto gráfico do jornal, mudou de standard para berliner e implantou o que chamamos de jornalismo participativo, ou comunitário. Trouxemos o leitor para dentro do jornal.
O leitor passou a ter suas reclamações e dúvidas respondidas por mim, passou a colaborar com o jornal mandando fotos e dicas de pautas do bairro e ainda inovamos com o Portal do Consumidor, um espaço que ele tinha para reclamar e fazer valer suas queixas de consumo/serviços locais. O Portal também era responsabilidade do marketing de relacionamento; assim como o cartão Tribuna Impressa em que o leitor tinha desconto em lojas e estabelecimentos locais.
O mais legal disso tudo é que na época eu era coordenadora de marketing e ao criar o departamento, eu fui escolhida pelo Eduardo para comandá-lo. Inicialmente o jornal pensou em trazer um estagiário de jornalismo, mas ele pediu à direção que eu assumisse, pois sabia como é importante o papel do Relações Públicas em relacionamento com o público.
E isso de uma certa maneira eu tinha comentado como planos para o jornal, com a ex editora chefe, a Maria Antonia Dario, na ocasião da primeira entrevista que fiz com o jornal no começo de 2003. A segunda entrevista, que efetivou minha contratação, foi em novembro do mesmo ano, e já iniciei o trabalho com uma festa para cinco mil crianças, mas isso é história para outro post.
E hoje todos os portais e jornais tem incentivado e buscado cada vez mais a participação do leitor em suas pautas e em todos os meios pelos quais se comunicam, principalmente no twitter. Uma outra mostra do mesmo jornal é que a Tribuna Impressa iniciou esta semana uma chamada para que seus leitores se candidatem ao Conselho de Leitores. Dez leitores serão escolhidos e junto com a Editora Chefe, Sílvia Pereira, e editores dos cadernos, avaliarão o conteúdo do jornal.
Peço desculpas por fazer um post tão centrado na minha vivência profissional, mas a importância de que o interesse pela colaboração não é tão recente assim, me fez em decidir dividi-la com vocês.
* Maior orgulho que em 2009, o Edu voltou ao jornal para nos dar um treinamento sobre a nova comunicação. Era o começo das mídias sociais no jornalismo, e ele trouxe o material do Knight Center for Journalism in the Americas e me encontrou falando a mesma língua que ele.