O assunto costuma dividir opiniões. Se você fosse apostar em um dos lados, diria que as pessoas nascem empreendoras ou elas podem se tornar empreendedoras ao longo da vida?
Embora eu acredite que muitas aptidões sejam inatas no ser humano, entendendo por isso que algumas pessoas terão maior inclinação pelo empreendedorismo do que outras, eu colocaria as minhas fichas na segunda opção, a mais democrática. Isso é o que também defende Malcolm Gladwell, no livro “Fora de série”, mas de uma forma bem mais científica do que o meu mero palpite (fica a recomendação de leitura).
De acordo com a pesquisa de 2010 do Global Entreprenership Monitor, o Brasil é o país mais empreendedor entre os BRICs e desde 2003 a maior parte dos brasileiros empreende por oportunidade. O que, por outro lado, significa que uma parcela menor da população hoje é pressionada a empreender por necessidade, devido a condições econômicas adversas.
Aos poucos, a predominância da oportunidade sobre a necessidade começa a nos mostrar novas motivações para o empreendorismo. Um grande exemplo é que, nesse novo paradigma, o dinheiro deixa de ser o principal motivador para dar lugar à vontade de fazer acontecer, à busca de autonomia e à auto-realização (o topo da Pirâmide de Maslow).
Agora, imagine o que é possível construir numa nova economia de pessoas conectadas com alta tecnologia, que torna essas conexões cada vez mais baratas, e mais interessadas pela realização conjunta e construção do conhecimento do que pelo próprio dinheiro. Imaginou? Eu também, e acabei de ver uma grande oportunidade para relações públicas.