Hoje vou entrar na seara do meu amigo Rodrigo Cogo, o storytelling. Não para analisar profunda e tecnicamente o conceito, mas para mostrar como as marcas tem utilizado com inteligência o recurso de storytelling.
Além do Johnnie Walker, uma marca que vi e gostei do uso dessa ferramenta de comunicação foi a Lego. Para celebrar seus 80 anos, a empresa criou um vídeo com animação contando a origem do brinquedo, as tentativas, erros e acertos da família Christiansen. O pai, Ole Kirk Christiansen era carpinteiro e começou a fabricar brinquedos em madeira, a partir de uma crise na Dinamarca, país onde viviam.
O vídeo conta toda a trajetória da empresa, a descoberta do plástico como matéria prima, a resistência de venda dos primeiros produtos (fabricar em plástico era ir na contramão do mercado), a observação de um possível comprador que resultou no slogan “system of play”, o ressurgimento da empresa depois de dois grandes incêndios até a criação da Legoland, a terra do Lego e os novos modelos do brinquedo, incluindo a parte dos bonecos (minifigs) e licenciamento de edições com personagens e até carros que funcionam e outras invenções.
O vídeo não conta só a história da Lego, mas mostra também que empreender é uma tarefa de persistência, objetivos e metas. Errar, ter a porta fechada, matutar novas possibilidades fazem parte da narrativa da empresa.
O que me chama a atenção nas duas histórias (Johnnie Walker e Lego), é que a união da família e o senso e tino empresarial das famílias foram primordiais para o sucesso das marcas, além do fato de descobrir a origem do nome Lego: uma expressão criada a partir da frase em dinamarquês leg godt (que significa “brincar bem”) e que anos mais tarde, o Lego Group afirmou que a palavra lego vem do latim e significa eu ponho junto ou eu uno, mas lego em Latim tem o significado de eu leio, eu reúno.
Enfim, vale conhecer a história e conferir porque é uma trajetória de sucesso.
Marcia, um dos trunfos do uso do storytelling – ao menos, aquele baseado na narrativa da experiência, ou seja na trajetória pregressa de pessoas, grupos e feitos (porque existe a vertente ficcional, de invenção de histórias) – é exatamente a chance de jogar luz na tradição. Algo como utilizar o berço da criação da empresa, seus mitos fundadores, sua idealização, seu esforço como argumento de diferenciação. Num mundo que só pensa em inovação, também é bom lembrar que existe uma essência, um jeito de ser para valorizar. São abordagens que, claro, vão pegar a atenção, o interesse e a emoção de públicos distintos. Mas posso assegurar que a atratividade deste tipo de storytelling está em alta. Ótimo post, até pra eu não me sentir sozinho "pregando" o tema. 🙂
Rodrigo,
obrigada por esclarecer ainda mais.. e eu gosto desse tipo de storytelling, sabe.. que traz mesmo informações, é o brand content, né? Um abraço.
Marcinha, adorei o post: mostra o quanto as marcas estão se humanizando e contando histórias a respeito de si mesmo, né? Esse enredo pode se estender, inclusive, para museus das marcas, souvenirs etc. Eu fui na Legoland em Berlim, na minha temporada na Europa, e fiquei absolutamente encantada e fã da marca. As possibilidades estão aí, basta ter uma boa história pra contar. E um bom profissional de comunicação capaz de fazer isso! 🙂
Carol, essa é uma das formas de comunicação que também faz interação com seu consumidor e mostra a preocupação de gerenciamento da marca, gosto muito.
Abraços