A princípio, era uma resposta para a Júlia, que fez um comentário no meu texto anterior RP começa a fazer sentido para as empresas. Será?. Mas acredito que é uma resposta que serve para muita gente, dos aspirantes a um curso superior aos profissionais de outras áreas, CEOs de empresas, alunos, estagiários, professores e profissionais mais antigos de Relações Públicas, pais, irmãos, filhos, e qualquer outra pessoa que ache que ser Relações Públicas não é uma profissão “promissora” e com mercado. Por isso, achei melhor transformar em um novo post.
Os cursos de Relações Públicas, de maneira geral, além das disciplinas óbvias de teorias (da Comunicação, das RP…), das práticas sobre técnicas e ferramentas de RP (de pesquisa a eventos, comunicação interna e com todos os outros públicos) e das absolutamente necessárias de redação e texto (com nomenclaturas diferentes), trazem muito subsídio de várias outras áreas do conhecimento:
- da Administração traz metodologias de análise de cenários de negócios, diagnóstico, prognóstico, planejamento e gestão;
- do Marketing traz o entendimento sobre o mix Produto, Preço, Promoção e Praça;
- da Sociologia traz o estudo e compreensão da formação e funcionamento dos grupos sociais;
- da Psicologia traz metodologias de observação e análises de comportamentos individuais e de grupos e de pesquisas qualitativas;
- da Estatística traz o conhecimento para a estruturação e análise de pesquisas quantitativas e o raciocínio lógico,
- da Filosofia traz o estímulo ao pensamento e ao conhecimento dos anseios mais profundos do Homem desde o início dos tempos…
Embora eu desconheça os planos de ensino de todos os cursos no país, pelo pouco que sei e o muito que observo, entendo que poucos, ou menos que isso, raríssimos são os cursos que – ainda mais nos nossos dias – têm um conteúdo tão abrangente capaz de aspirar a formação de profissionais com visão ampla e raciocínio em diferentes planos: estratégico, tático e operacional.
Por outro lado, desde sempre, bons profissionais não são aqueles formados por esta ou aquela faculdade, que concluíram os estudos dentro do tempo oficial estipulado, que nunca reprovaram em disciplina alguma nem tiraram notas abaixo de oito. Bons profissionais são aqueles que sabem aproveitar o conteúdo visto nos cursos comparando-o com a realidade do dia-a-dia profissional e adaptando-o ou recriando-o com seu próprio intelecto e esforço pessoal, que sabem acrescer saberes e construir conhecimento, aplicando-o de fato das atividades de trabalho, seja lá em qual área de mercado que esteja trabalhando.
Se você trabalhar no comércio, as competências de RP lhe levarão a se destacar na sua atividade. Se você trabalhar em uma área administrativa, as competências de RP lhe levarão a desenvolver um trabalho mais eficiente e eficaz. Se você trabalhar em uma área financeira, as competências de RP lhe permitirão ver intersecções que outras profissões não veem. Se você fizer Relações Públicas, você poderá aplicar o conhecimento e as habilidades desenvolvidas em praticamente qualquer atividade que vier a se dedicar. O curso de Relações Públicas dá condições de você se tornar muito mais do que um RP, mas uma pessoa com condições de ver e entender o mundo, o mercado e as pessoas como pouquíssima outras.
Não é à toa que se veem profissionais de RP trabalhando nos mais diversos mercados, nas mais diferentes empresas e atuando em atividades variadas, inclusive Marketing, Comunicação e… Relações Públicas. Por outro lado, também se veem profissionais de outras áreas que se deram conta do quão cruciais são as Relações Públicas para um bom desenvolvimento das empresas e que aproveitaram uma vocação natural para dedicarem-se a essa área, muitas vezes complementando com cursos de pós-graduação específicos. Entre eles, estão jornalistas, administradores, psicólogos e até mesmo engenheiros, entre outras profissões.
Realmente, como a própria Júlia disse, o mais importante é seguir o coração. Se você fizer o que gosta e procurar fazer cada vez melhor o que gosta, e se dispuser a estar sempre aberto ao novo, às possibilidades, ao aprendizado constante, onde e como vai aplicar isso é apenas uma questão de oportunidade. Ser feliz com a nossa profissão é muito mais do que ganhar um salário que nos permita ter mansões e carrões; ser feliz como profissional é fazer nosso trabalho com satisfação, acordar pela manhã com disposição de trabalhar e ir dormir à noite com sensação de plenitude e expectativa pelo dia seguinte.
Ser feliz com a nossa profissão é não considerá-la “trabalho”, no sentido de sofrimento ou esforço extenuante, mas sim tê-la como missão de vida e prazer de Ser e Fazer. Se você se sentir assim, tenha certeza, você realmente alcançou o que é o sonho de muitos e realização de poucos: o Sucesso!