A Copa do Mundo 2014 acabou dia 13 de julho, domingo. Mas ela tem deixado lições e mais lições, inclusive de Relações Públicas. Nesse mesmo dia, Daniel Rímoli, Gerente de Plataformas Digital da Edelman Significa, publicou no adNews o ótimo artigo “O que as marcas têm a aprender com a Alemanha nesta Copa”, falando sobre o impecável trabalho de Relações Públicas desenvolvido pela e para a seleção da Alemanha.
Coincidentemente, poucos minutos antes de tomar conhecimento desse texto, tinha acabado de assistir no canal SporTV o comentarista Marcelo Barreto falando do “inteligente trabalho de marketing” que a Alemanha havia feito, e me revirei no sofá pelo (comum) desconhecimento sobre a diferença entre “marketing” e “relações públicas”. Fiz um comentário sobre isso no Facebook, na fanpage da Pró.RP, quando compartilhei o artigo do Daniel, e vi que teve bastante repercussão. Então, resolvi repetir aqui o que havia escrito lá.
“Não, Marcelo Barreto, não sociedade, não FIFA, não Brasil, não mundo! [não foi um trabalho de marketing] Foi um inteligentíssimo trabalho de RELAÇÕES PÚBLICAS (subárea de “relações com a comunidade”) que foi muito bem planejado (com a vantagem de haver verba abundante disponível), e que foi belamente desenvolvido e executado. Trabalho esse que não VENDEU nada, que é o que o marketing faz [direcionado para o mercado de consumo], mas estabeleceu CONFIANÇA, RESPEITO, ADMIRAÇÃO pelo país Alemanha e sua seleção de futebol, gerando, assim, um CLIMA POSITIVO e de BOA VONTADE da população brasileira em relação ao país e aos jogadores. #orgulhodeserRP“
O trabalho realizado foi nitidamente de valorização da imagem e reputação do país Alemanha por meio da atuação visível da seleção alemã de futebol. A intenção não foi, em momento algum, “comprar a vitória” ou a Copa. Mas, sim, desfazer uma imagem antiga e arraigada de que os alemães são frios, sem emoções e individualistas. Um excelente trabalho para agregar valor à “marca” Alemanha, foi feito com o comitê da seleção alemã e com os próprios jogadores da seleção como “agentes”, aproveitando o ensejo da Copa 2014, para um país que vem enfrentando uma fase difícil política e economicamente e está precisando de aliados nas duas frentes.
Foi, sim, um excelente trabalho de Relações Públicas com fins NÃO MARKETEIROS. Mas saibam os incautos que RP pode trabalhar a favor do e com objetivos de marketing. Mas essa é outra história que vou deixar para outro artigo.
Gratidão pelo inteligente e elegantíssimo artigo, nobre Anna Manssour.
Eu sou futuro estudante e profissional de RP, e como tal, vinha me esforçando para captar a sutil diferença entre RP e Marketing, diferença essa que na verdade chega a ser bem gritante, depois do que aprendi com esse brilhante ensaio teu. Graças à você também, aprendi a amar e admirar ainda mais essa área de atuação e conhecimento.
Gratidão!
Obrigada, Georges!
Sempre fico satisfeita quando ajudo a esclarecer confusões. Sob certo ângulo, é uma maneira de continuar a cumprir minha missão de magistério sem estar mais em sala de aula. E para que eu possa saber se alcancei esse objetivo, é necessário que as pessoas me deem feedback, como você fez. Duplamente agradecida!