“Relações-públicas” existe há 100 anos no brasil e quase ninguém sabe o que a gente faz. É preciso encarar de frente: temos um problema. Estamos sofrendo a “Síndrome do Golfinho Feio”.
Golfinho é o símbolo da profissão de RP.
Confesso a vocês que não sei exatamente quando e onde isso começou. Sei que isso não vem de hoje, aliás, esta nova geração de Relações Públicas que chegou / está chegando não quer essa herança. Não consigo precisar como surgiu a síndrome do golfinho feio por parte dos RPs.
São dezenas e centenas de estudantes espalhados Brasil afora que entram e saem da faculdade contaminados com a síndrome do Golfinho Feio.
Durante a temporada na universidade, a grande maioria sai com uma certeza: ninguém sabe o que ele faz. Junto com isso vem a sensação de que para se dar bem vai ter que atuar em outra área.
Muita gente começa a se perguntar durante o curso: sou normal por ter escolhido ser um RP?
Tudo isso sempre me intrigou. Eu sempre achei a nossa área de atuação uma das mais amplas e incríveis do mercado de trabalho.
É uma atividade que te permite ter uma rotina. É uma área que te proporciona um dia completamente diferente do outro. É um tipo de trabalho que pode ser das mais diferentes maneiras.
Quem escolhe ser RP carrega consigo o poder (e a responsabilidade) de conduzir a sua carreira por muitas, mas muitas estradas. Digo mais, além de estradas, temos à disposição: aerovias e hidrovias. Ferrovias. Todos os tipos de caminho e meios para se chegar ao sucesso.
Não consigo aceitar que alguém me diga que sou um Golfinho Feio.
Sou um profissional estratégico. Sou um protagonista da comunicação. Estudei e me qualifiquei pra ser um gestor da relação entre públicos. Isso é servir cafezinho? Isso é fazer festinha? Só se for na cabeça de desinformados.
Olhando todo o cenário, sendo frio e cético, apenas consigo enxergar dois caminhos.
O mais cômodo, mais simples e mais medíocre me leva a aceitar o chapéu do golfinho feio, ser um reclamão, colocar outros nomes no que eu faço pra tentar crescer, nunca me assumir como RP e (talvez) me frustar pro resto da vida.
O mais difícil, mais desafiador e mais delicioso me leva a querer mudar o mundo. Sim, mudar o mundo. Uma microrrevolução de cada vez. Faz eu acreditar que se fizer minha parte e conseguir levar mais alguns comigo, isso pode virar uma bola de neve, um movimento forte, uma virada de jogo.
Esse é o caminho que eu escolhi.
*Este trecho faz parte do livro Adeus Golfinho Feio – o Guia do novo RP. Clique aqui para baixar!