Gaúcha, jornalista e “mãe de dois dogs”, Larissa Magrisso é Diretora de Conteúdo na W3haus, agência digital com 16 anos de trajetória e especializada na criação, planejamento e execução de projetos web. A W3 acabou de ganhar o 1º Leão da sua história no Festival de Criatividade de Cannes, na categoria de Relações Públicas, com essa campanha.
Razões não faltam para entrevistá-la. Mas queríamos entender, como RPs, de que forma ajudar marcas a criarem projetos que façam diferença para as pessoas pode ser possível. Essa é a missão de Larissa e da equipe de estratégia e produção de conteúdo para marcas como O Boticário, Volkswagen, Toblerone, Sonho de Valsa, Lacta, Postos Petrobras e Devassa, que lidera na W3.
TMPRP: Como você enxerga o atual momento do profissional de Jornalismo? O que está mudando na profissão?
Larissa: Vejo o Jornalismo em mudança permanente desde que estava na faculdade, lá no século XX. Fiz vestibular pensando em escrever para revistas femininas impressas, nem desconfiando que me formaria editando um portal de notícias.
O trabalho que faço hoje, criando campanhas de conteúdo e conversa para marcas, também não existia nesses formatos. Claro que estou vendo o copo meio cheio, falando das possibilidades que se abrem, mas reconheço que o caminho que trilhei foi de afastamento do Jornalismo. E o cenário é angustiante quando pensamos em veículos passando por dificuldades e o trabalho de reportagem, em especial a investigativa, tão desvalorizado.
Mas ao mesmo tempo vemos veículos inovadores como o BuzzFeed investindo em uma equipe de Notícias, jornalistas se unindo para fazer trabalhos independentes, como as experiências do Aos Fatos e do Medium, e veículos repensando seus modelos. O que não pode mudar é o compromisso com o leitor (ou usuário, ou espectador, ou ouvinte).
TMPRP: De que forma o jornalismo acrescenta valor à produção de conteúdo?
Larissa: Quando falamos em conteúdo para marcas, o jornalista é aquele que se coloca naturalmente no lugar do leitor, traduzindo a mensagem em diferentes formatos e histórias, captando o tema do momento que pode envolver o consumidor.
O jornalista traz esse olhar de utilidade, de procurar levar informação ou serviço valioso junto à mensagem da marca, entregando algo em troca da atenção das pessoas. Não significa que isso não possa ser desenvolvido por profissionais de outras formações, mas vejo com muita felicidade a mistura de disciplinas.
O jornalista tem muito a aprender com o olhar do designer, a capacidade de realização do programador, o jogo de cintura do Atendimento, a ousadia da Criação e por aí vai.
TMPRP: Pela a sua experiência, quais as características que um profissional precisa ter para conseguir se colocar no mercado de trabalho?
Larissa: Falando especificamente de agências, destacaria:
- a capacidade de realização e de trabalho em equipe, mais do que ideias geniais;
- ter feito algum projeto do zero e mostrar múltiplos interesses também é bacana;
- criatividade e texto impecável são essenciais;
- resiliência e inquietude (ouvem-se muitos nãos em agência, mais do que em redações), provocando sempre transformações que façam sentido para os consumidores e para as marcas.
TMPRP: Com a experiência multidisciplinar que tu carregas – jornalista, diretora de conteúdo, gerente de projetos – como tu te defines? Tu achas importante definir-se como um profissional específico?
Larissa: Eu ainda preencho a ficha do hotel como Jornalista, mas não considero que eu exerça a profissão. Hoje faço um pouco de jornalismo, publicidade, RP, gestão e comercial. Acho que a única certeza e definição é que trabalho com Conteúdo. Seja pra jornal impresso, redes sociais ou pra plataformas que não existem, é isso que sei e que quero fazer.
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