Em outro post a gente te contou que a Todo Mundo Precisa de Um RP levou uma estudante para representar o Brasil no BledCom, na Eslovênia. A Carol Falcão esteve por lá e contou para a gente a experiência de participar do evento. Confira:
O BledCom começou no dia 05 de julho. Esse dia foi apenas uma pré-conferência, onde um dos precursores do congresso, Professor Dejan Vercic (University of Ljubljana) e outros professores convidados deram algumas breves palavras.
Os dois dias de simpósio foram repletos de muito conhecimento e informação acerca de assuntos que estão em alta na nossa área, como: fake news, gestão de crises, digital influencers e publicidade paga, CSR x CSV (Corporate Social Responsibility vs Creating Shared Value) e outros temas que pra mim, foram novidade, como: a ética na inteligência artificial e a otimização da entonação de voz dos porta-vozes de empresas em meio a crises.
Além disso, claro, o assunto principal e que tomou conta das apresentações e debates durante o evento foi o papel das relações públicas em um mundo em crise. E o que se percebeu, foi uma visão pessimista quase que geral vindo de grande parte dos participantes do congresso.
Essa visão, vinda de uma geração anterior à nossa (dos estudantes presentes na conferência e futuros profissionais de RP) é bem interessante, uma vez que a maioria de nós possui uma visão otimista do futuro, apesar da situação atual em que o mundo se encontra.
Esse contraste tornou a nossa participação no painel muito mais interessante do que já era, pois, após constatar esse pessimismo geral, no último dia, no penúltimo horário de apresentações, poderíamos apresentar a nossa visão de futuro, a visão daqueles que daqui uns meses ou uns anos, estarão entrando no mercado de trabalho.
Um dos únicos a trazer também uma visão otimista em relação ao futuro das Relações Públicas, foi o Professor Piet Verhoeven, da Universidade de Amsterdam, que apresentou sua pesquisa sobre o novo propósito das Relações Públicas: Apoiar a evolução de valores emancipatórios, ou seja, apoiar os movimentos sociais crescentes.
A geração Y (Millennials) e a geração Z mostram ter mais empatia com o próximo, em contramão da onda conservadora que vemos ganhar força nos últimos anos, como efeito do crescimento de movimentos sociais. Mas precisamos entender que essa onda conservadora está sendo criada pelas gerações mais antigas, que são resistentes às mudanças culturais e sociais emergentes.
Escolhemos uma profissão que trabalha com públicos e com a opinião pública. E como Edward Bernays sempre disse, temos em nossas mãos o poder de manipulação e persuasão das massas.
Nós precisamos ter a consciência disso e da importância da ética em nossa profissão para que assim possamos utilizar esse poder sempre para o bem (sustentabilidade, responsabilidade social, apoio às causas sociais, valorização cultural, etc) e não para o mal (ajudar na propagação de fake news, mentir e omitir em benefício a clientes ao invés de encontrar soluções que transformem positivamente o mesmo, etc).
Além de discutir sobre isso em nosso painel, discutimos também sobre a necessidade de uma rede de networking global para estudantes de Relações Públicas e sobre como essa rede beneficiaria estes estudantes.
Além de nós quatro (eu, brasileira; Andrew, americano; Daniel, alemão; Jan, esloveno), outros estudantes, de diversos outros países participaram do painel por meio de vídeo. Fora uma estudante chinesa, que afirmou que o ideal seria um networking nacional (e ela também está certa, por que não uma rede nacional e outra internacional?), pois a profissão de RP em cada país é diferente, o restante concordou que a criação de um networking global seria muito interessante e benéfico a todos.
Uma rede de networking global é uma maneira de unificar os estudantes e a própria profissão de RP, uma vez que essa rede poderá ser usada como ferramenta de compartilhamento de informações e experiências.
Já pensou construir uma rede de contatos com estudantes de RP mundo afora? O quanto se poderia aprender e ensinar a partir das diferentes visões sobre Relações Públicas espalhadas pelo mundo?
Uma boa rede de contatos é tudo que um Relações Públicas mais precisa. Se não fosse pela minha experiência de dois anos no RP Manaus, onde aumentei meu networking, além da confiança da Ana Clarissa em mim (quando me indicou ao Pedro) eu nunca teria ido onde a Todo Mundo Precisa De Um RP e o Dr. Robert Wakefield me levaram: pra Eslovênia.
Carolina Xavier Falcão