O texto da Carol Terra “Midias Sociais versus Tradicionais?” tem tanto, mas tanto a ver com outro que publiquei há pouco tempo no Virta, a convite do Thiérri Parmigiani que achei que simplesmente eu era “obrigada” a republicá-lo aqui, agora. Leiam e avaliem se é complementar, suplementar, se ratifica ou contrapõe!
A comunicação offline já morreu? Vai morrer? Não sei, não tenho bola de cristal e certas coisas são difíceis de prever e principalmente de se limitar prazos. Mas, por exemplo, você não acha no mínimo divertido que, em plena era dos desktops, notebooks, netbooks, smartphones e tablets, quando as pessoas se encontram em eventos e fazem network elas obrigatoriamente trocam cartões de visita “reais” e não virtuais?
- Cartão de visitas tradicional
O que se vê são cartões cada vez mais elaborados tanto em termos de layout quanto de material (os de PVC e transparentes, os foscos com detalhes em verniz localizado, os de material reciclado, etc). Por mais online e virtuais que sejamos hoje, o ser humano ainda é feito de carne e osso, e quando se trata de relacionamento, mesmo que alguns comecem e se mantenham por anos somente no ciberespaço, quando se quer criar algo mais marcante e profundo vamos para o presencial, físico, palpável.
Por razões semelhantes é que as agências de comunicação continuam desenvolvendo peças “físicas” para fazer propaganda e promoções. Ou você vai negar que fazer um test-drive de um carro pelas ruas da cidade tem muito mais chances de cativar um cliente do que um anúncio em uma página de revista, da internet, ou mesmo um game feito para alavancar as vendas? Certo, o mais provável é que haja uma integração de mídias, canais e formas de comunicação, como por exemplo, os primeiros 20 colocados no game ganharão um test-drive especial feito na pista de Interlagos, ou poderá ficar uma semana inteira usando o carro… Mas, com certeza, tocar o carro, sentar nele, usá-lo “de verdade”, levar amigos para passear vai ter muito mais chances de conquistar você como admirador ou mesmo como comprador. E, entre um folheto virtual e um folheto com textura diferente, perfumado, com um presente surpresa entre as dobras, você vai preferir qual?
- Presente real e palpável do Zaffari para os “Amigos da Marca”
Eu tenho ganhado presentes reais – como artigos de perfumaria, chocolates e outros -, que chegam à minha casa por entregador exclusivo (não é por Sedex) em todas as datas comemorativas, enviados pela rede de supermercados Zaffari. Detalhe: esses mimos passaram a me ser entregues quando o monitoramento que eles fazem das mídias sociais me apontaram, junto com mais 14 clientes, como uma “Amiga da Marca”, que faz referência à qualidade da empresa e dos produtos e serviços que oferecem nas redes sociais.
Sim, eu já gostaria se apenas recebesse alguma menção, um e-mail simpático, mas gosto muito mais e sou cada vez mais fiel à marca a cada nova entrega de um presentinho. Aliás, acabei de ganhar do Zaffari um par de ingressos para assistir “As Bruxas de Eastwick” no Teatro Bradesco. Adivinha? Vou sim, e depois ainda dou uma passadinha no supermercado e faço um relato no blog sobre como foi o presente e compartilho no Facebook e Twitter. Isso é saber criar e manter relacionamento com os clientes fazendo um casamento perfeito entre comunicação online eoffline.
Resumo da ópera: a comunicação offline não morreu, e acho difícil que um dia venha a morrer, porque enquanto ainda formos gente e não nos tornarmos seres unicamente espirituais (e isso, só depois que batermos as botas), vamos continuar gostando de usar todos os sentidos – inclusive o tátil – em experiências presenciais. O segredo está em saber inovar e saber usar corretamente a comunicação offline, cujo pior exemplo, inclusive, são os folhetos e santinhos de época de eleição! Mas isso é assunto para outro artigo…
Se eu disser que curti, é pouco, sou obrigado a dizer que adorei o artigo. Sem confetes ou "presentinhos" o artigo da Ana Manssour é excelente. Não somente pelo texto fluente e agradável que tem ou pela brilhante inteligência, mas por uma outra razão simples: conceitualmente perfeito. Ana, é isso mesmo. Nada substitui o que vc coloca "vamos continuar gostando de usar todos os sentidos – inclusive o tátil – em experiências presenciais" Isso nunca vai mudar e a comunicação real e concreta, aliás, fundamentada nos princípios de Relações Públicas, é isso. Parabéns.
Puxa, Flávio… Fiquei até corada, envergonhada, sem graça…
Só me resta dizer obrigada, e torcer para nunca te decepcionar! Nossa, senti o peso da responsabilidade nas costas, agora! 🙂
Ana, tenho que concordar com o Flávio: além do seu texto estar perfeito em termos conceituais, também traduz o que é uma verdadeira e completa experiência de um cliente com as marcas! A comunicação offline não vai morrer, assim como a online não vai ser soberana em nada! Parabéns pela discussão! Abraços, @carolterra
Carol,
achei superinteressante como nós duas pensamos praticamente no mesmo assunto em um lapso de tempo tão próximo. E poder fazer uma discussão dessa forma, tu aí da terra da Rainha e nós daqui, da Terra Brasilis, é umas das maravilhas que a tecnologia – a mesma que deu ensejo às mídias sociais – permite e estimula!
Agora, imagina que delícia vai ser quando voltares e pudermos continuar esse papo presencialmente, uma olhando no olho da outra, conhecendo o tom da voz e o timbre da risada de cada uma, seja numa mesa de bar, seja na sala de estar da casa de uma de nós, quiçá embaladas por um vinho branco geladinho (agora que está chegando a primavera)!
A tecnologia proporciona o encontro das mentes, a sincronicidade dos pensamentos, a sintonia de afinidades, a construção de massa crítica… E o convívio no mesmo ambiente nos permite ampliar o conhecimento do outro e ter o prazer da companhia, o estreitamento de laços de coleguismo e amizade. É a comunicação integrada criando "relacionamentos sustentáveis"! 🙂
Beijo!
Isso aí, Ana, nada substitui o cara a cara, o olho no olho, o relacionamento de verdade! 🙂
Eu concordo com você, Ana. A comunicação offline não vai morrer tão cedo… e aliás, acho que a palavra certa, neste caso, é SOMAR! As inovações e tecnologias vem pra somar com o já feito. Pra mim, essa é a graça que faz a comunicação girar e se tornar mais moderna a cada dia._E só posso confimar tudo que o Flávio escreveu! Parabéns!
Oi Ana, muito bom o texto, lendo seu post, de tão natural e agradável foi possível imaginar você falando tudo o que estava escrito.
Concordo plenamente com tudo o que disse. Infelizmente percebo o quão interessados somos por novas mídias e formas online de divulgar/ promover fatos e notícias relacionados ou não a marcas/ produtos, mas muito esquecemos de que "os mimos", presentes reais e não apenas comunicação virtual são verdadeiras possibilidades de fidelização a uma marca. isso acontece muito na área pública, principalmente em culturas como a de SBC, onde a população (em grande maioria) adora receber o panfleto e não apenas o convite via e-mail de um evento, aliás, e-mail como ferramenta de divulgação é luxo e um desafio ENORME para RPs na área pública!
Fiquei mais curioso ainda com a deixa para um próximo post "(…)saber usar corretamente a comunicação offline, cujo pior exemplo, inclusive, são os folhetos e santinhos de época de eleição!"
Estou no aguardo! Parabéns bjs