Por que temos sempre que contrapor as mídias clássicas (TV, rádio, jornal, revistas, out e indoors) com as ditas novas mídias? Não temos. Nem tampouco preterir uma em detrimento da outra.
Na verdade, o que tenho visto muito aqui nessa minha temporada no exterior é a complementaridade entre ambas! Vou ao metrô e vejo indoors convidando a audiência a continuar o relacionamento pelas mídias sociais. Nos impressos, o mesmo. Estou na TV e a atitude é repetida: ao final dos anúncios, o fechamento sempre, ou quase sempre, recomenda que você vá até a página de Facebook ou Twitter daquele produto ou marca.
O que isso tem de diferente ou impressionante? Nada. Exceto que aí no Brasil, nossas emissoras ou nossos conglomerados de comunicação viram que esse tipo de cross media vale dinheiro e deve ser cobrado à parte. Lembram-se das normas da Globo sobre anúncios que continham endereços de Facebook ou Twitter? Eram cobrados duplamente. Particularmente, acho um pouco abusiva essa norma…
No mais, o que a comunicação do Reino Unido nos deixa de lição é que, de fato, temos uma tremenda oportunidade com a integração entre a mídia tradicional e as mídias sociais sem medo de perda de audiência. É uma oportunidade de continuar o contato, o relacionamento e oferecer diversas experiências de marca ao seu consumidor ao mesmo tempo. Talvez, quando você tem diferentes histórias em distintos canais, você comece a pensar no conceito de transmídia (e, quem sabe, storytelling). Mas, isso, é assunto para um futuro post. Ou o nosso querido Rodrigo Cogo possa falar, com propriedade sobre o tema!
E, você, acha que temos uma integração entre as mídias sociais e tradicionais aí no Brasil? Me conta…
😉
Oi Carol!
ADOREI o post! Nossa correspondente do #blogrelacoes na Europa rsrs 😉
Ótimo você compartilhar conosco como é a comunicação e, no caso, a mídia aí fora! Concordo contigo: não dá mais pra pensar em on ou offline! Tem que ser nas duas, juntas! Nós consumidores não pensamos mais separadamente, nem consumimos separadamente! Pra nós, as mídias tradicional e social já andam juntas!
O Brasil ainda está crescendo e amadurecendo essa ideia. Algumas agências vendem esse serviço separadamente ou planejam separadamente! Veremos até quando né?!
Beijos e bons passeios e observações por aí 😉
Li, vc tem toda a razão: não dá mais para pensar as coisas separadamente. No entanto, acredito mesmo que estamos chegando a um ponto de amadurecimento e que logo mais, as próprias organizações vão cobrar isso das agências. Assim esperemos, né?
Abraços e obrigada pelo comentário!
Carol,
independente do nome (crossmidia, transmídia, storytelling) e da minha implicância pessoal com a nomenclatura "estrangeira" (rsrs), com absoluta certeza parece que começa a nascer uma nova visão da comunicação integrada utilizando as mídias sociais e tradicionais.
Pelo que tenho observado, ainda falta um pouco de visão sistêmica, mas tudo indica que estamos caminhando para uma integração e interação cada vez maiores nas mídias.
Ótimo tema e ótimos exemplos!
Beijo.
Ana, concordo com vc: acredito que ainda falte uma visão mais ampla por parte das agências e mesmo das organizações que demandam as primeiras. Mas, acredito que muitos já estão percebendo a necessidade de ações casadas, integradas, completas e que abordem o consumidor de A a Z! Beijos e obrigada pela participação!
Carol, estive falando sobre storytelling em curso na Aberje esta semana. Agora, aqui de Aracaju aproveito pra comentar: só existe transmídia com storytelling, ou seja deve haver uma história (com toda sua configuração específica, seja real seja ficcional) para ser iniciada, complementada, integrada em diversas plataformas (celular, gibi, álbum de figurinhas, game, websérie, filme de cinema, série de TV…). O storytelling, contudo, não precisa ser obrigatoriamente transmídia – muitas vezes uma história causa impacto repassada num único canal.
A respeito das terminologias estrangeiras, comentado pela Ana, neste caso talvez se preste bem manter o termo "storytelling", dado que em língua portuguesa a "contação de histórias" (uma das possibilidades de tradução, mais literal) tem uma ligação muito intensa com animação de plateias infantis com um narrador performático falando sobre contos, fábulas, histórias para atração e compreensão das crianças. Isto também serve para o mundo organizacional, mas existem outros componentes a considerar. Só por curiosidade, o GoogleTranslate traduz storytelling como narrativa.
Ah, "narrativa" é bem bacana, Rodrigo!
Narrativa corporativa… Gostei!
Mas nem esquenta comigo, não. Essa minha implicância tem mais de 25 anos, vem desde os tempos da faculdade (não custa lembrar que entrei em 84/2, bem antigamente!), e não se aplica exclusivamente à comunicação social, com as terminologias anglicanas como release, briefing, job, media, budget e por aí afora. Aplica-se ao Brasil e aos brasileiros em geral que acham chique usar os termos em inglês em quase tudo, até nas vitrines das lojas em que em vez de termos 20% de descontos, temos 20% "off" nos "sales" que são as liquidações.
Incomodava-me – e me incomoda até hoje – que num país onde 70% da população economicamente ativa é formada por analfabetos funcionais NA LÍNGUA MÃE uma outra língua – neste caso a inglesa – tome tal proporção em praticamente em todas as áreas, não só profissionais, mas no dia-a-dia das pessoas. E recentemente li uma notícia dizendo que serão reduzidas as horas de ensino da língua portuguesa e de matemática no ensino médio para aumentar as de língua espanhola… Não consigo – nem sei se quero – imaginar em que ponto a nossa população vai chegar em termos de comunicação escrita e falada, o que, aliás, tem relação direta com o nosso trabalho como comunicadores e relações públicas.
Nós, que tivemos o privilégio de estudar em boas escolas em uma época em que o ensino no Brasil tinha melhor qualidade, e que pudemos estudar inglês desde cedo e conviver com a língua no ambiente de trabalho, acabamos, de fato e muitas vezes, utilizando as palavras no original em inglês dentro do jargão profissional, até por encontrarmos dificuldade em traduzir certas expressões. Eu mesma seguidamente comento que há palavras ou expressões em inglês que não encontram tradução à altura que realmente reflita o sentido em português e vice-versa, e utilizo os termos originais.
Enfim, “nem esquenta” comigo. Foi apenas um comentário de uma senhora que se aproxima do meio século de vida e que começa a compreender melhor porque as pessoas de mais idade costumam ser tão críticas – provavelmente por que têm muito mais com o que comparar do que os mais novos! rsrs
Um abraço!
Ana e Rodrigo, só tenho a agradecer o debate em torno do storytelling e das terminologias, sejam elas nacionais ou estrangeiras…os comentários de vocês só ajudam a tirar dúvidas dos nossos leitores e engrandecem o debate! Beijos aos dois!
Bom post