Este é o segundo post de uma série especial do #Blogrelacoes sobre o Festival de Cannes. Quem conta um monte de coisas legais para nós e a Ariane Feijó, RP, que nos ofereceu seu conhecimento e informações para compartilharmos com todo mundo aqui no blog. Nos próximos dias outros posts dela serão publicados nos contando como as Relações Públicas vem se posicionando, trabalhando e ganhando espaço no mais importante festival de criatividade do mundo.
Estar em Cannes Lions deixa muito claro o que é a criatividade nos nossos dias: um processo que envolve um problema, uma ideia para solucioná-lo e, ponto fundamental, a FORMA como contamos ao mundo esta solução.
Como já foi mencionado aqui e aqui, Cannes Lions mudou de nome em 2010 justamente para abarcar as ideias, independente da sua origem criativa. São as ideias bem executadas as rainhas do “top of mind” dos consumidores, que terminam por ser coroadas em festivais que privilegiam a criatividade. E para que as ideias sejam compreendidas e inspiradoras, elas são apresentadas em forma de cases, como o Dumb Ways to Die.
E o que é um case senão um história? Nessa era de Storytelling, todos somos contadores de histórias, assim como todos somos receptores e apreciadores de boas histórias. E a publicidade sabe contar histórias como ninguém. Há anos esta é a estratégia usada para expressar a essência das marcas em poucas palavras, imagens impactantes e, não raro, em 30 segundos ou menos. Quantos de nós conseguem contar a história dos nossos clientes, ou dos trabalhos que desenvolvemos em tão pouco tempo? Ou em um vídeo impactante? Quem aí consegue sumarizar um release com um bom copy em 140 caracteres, para chamar a atenção daquele jornalista bacana? Não, não é fácil, mas é preciso.
Muitas vezes nos perdemos nas palavras ou nas imagens, e a essência de uma história fica para trás. Nessas horas, buscar ajuda em quem saiba traduzir tudo isso em outras linguagens (foto, vídeo, áudio, digital, mobile, etc) é fundamental – e aí começa a integração da comunicação e as parcerias de sucesso.
Acho importante aprofundar a relação entre RP, criatividade e a constante tentativa de equiparação da nossa profissão com a publicidade. Não podemos mais permitir que a criatividade continue sendo confundida com (ou, porque não dizer, reduzida à) publicidade – e, aqui, falo sem menosprezar uma área ou a outra; não se trata de importância, se trata de compreensão das suas finalidades.
Nos fixamos nos velhos modelos de RP que aprendemos e não raro temos dificuldade de nos adaptar às novas realidades. E não tem nada de mal nisso, até porque quem acha que está com tudo muito claro neste momento de convergência, deve pensar duas vezes… Precisamos estar com os olhos abertos para aprender, nunca para copiar. Não copiar no sentido de plágio, mas de copiar a linguagem de fazer as coisas. Temos que saber lidar com as novas regras deste mercado, onde todos são partes do todo, onde todas as disciplinas se conversam e funcionam de verdade quando bem afinadas e orquestradas. Não é exagero dizer que temos em nossas mãos a capacidade de mudar a vida das pessoas.
O sucesso da execução de uma ideia depende da leitura correta do problema que precisa ser resolvido. É preciso saber ouvir o problema. É o problema que vai clamar por um evento, por um trabalho continuado de relacionamento, por uma campanha de publicidade que vai ganhar escala na amplificação via redes sociais, imprensa, comunidades específicas e ir além, atingindo os nossos públicos-alvo, target, seguidores, fãs, etc. A escala que uma ideia atinge depende, essencialmente, da FORMA como abordamos estas pessoas. E temos, sim, condições de atingir uma escala incomparável a outros tempos com RP. Este ano, Cannes provou isso mais uma vez.
Agora sim, com os pingos nos is, convido-os a mergulhar no case cujo
PROBLEMA era conscientizar e reduzir, por meio da comunicação, o alto índice de acidentes entre jovens que aconteciam em linhas de metrô.
A IDEIA para solucioná-lo foi uma campanha de publicity, que usou como estratégia a música e personagens animados.
E a FORMA…
Bem, a forma é a história de RP que conto aqui [no post da semana que vem] e virou 6 Grand Prix no maior festival de criatividade do mundo. Faz sentido para você também?
Ariane Feijó é Relações Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atualmente vive em Lisboa (Portugal). Declara-se empreendedora, apaixonada pelas artes e dedicada às melhores práticas de comunicação contemporânea.
Comments 1