Em 2012 o Flávio Schmidt trouxe ao debate “como cobrar por serviços de comunicação” após a publicação de um guest-post do Manoel Marcondes Neto. Com isso o #Blogrelacoes convidou as agências de comunicação para apresentar o seu raciocínio sobre o tema. Este é o terceiro “guest post” sobre o tema, com a visão da Edelman Significa. Veja também a visão da Ketchum Estratégia e da LVBA!
Todos sabemos que o nosso mercado passa por intensas transformações. E, sem dúvida, a questão da formação de preços emerge na ponta do relacionamento com os clientes. A profusão de teorias tende a crescer em nosso mercado. Afinal, os competidores tentam, cada qual a seu modo, justificar os porquês da vanguarda ou exclusividade de suas ofertas e posicionamentos. Porém, na prática, o duro trabalho de negociação, precificação e rentabilização de projetos está longe de uma resposta pronta. Primeiro, porque as disciplinas de comunicação têm-se fundido de maneira sem precedentes. Em uma sala de concorrência ou mesmo no rol de premiações, já não é mais possível carimbar um fornecedor a partir de um serviço específico. Neste sentido, como ser diferente? E há como cobrar de formas não usuais?
Felizmente, o cenário tende a favorecer as Relações Públicas por uma série de razões – a princpal delas diz respeito ao declínio de efetividade da comunicação massificada, que liga o sinal vermelho nos gestores de marca para que tomem atitudes para mudar o leme em função de uma crescente demanda por diálogos mais diretos, genuínos e afetivos.
Diante deste panorama, lanço cinco pontos que poderão influenciar ou gerar questionamentos sobre a remuneração desse novo modelo de agência que ainda está por emergir:
- A necessidade de formalização das relações de trabalho versus um contexto cada vez mais flexível e efêmero neste sentido. Como equacionar?
- Produtos de prateleira dão lugar a abordagens consultivas e personalizadas, que levam a um modelo de homem/hora em vez de pacotes fechados;
- A transição do foco na mídia para o ponto de contato faz com que a remuneração se desloque para a estratégia e criatividade;
- Remuneração por sucesso torna-se arriscada em um panorama em que as métricas ainda não são absolutamente claras;
- É possível estabelecer padrões concorrenciais e éticos claros dentro de tal contexto?
Vivemos um processo de ressignificação do nosso setor, acompanhado pela necessidade de educar os clientes sobre tal dinâmica. É um momento duro, nebuloso, mas não há outra maneira de evoluir se não esta.
Rodolfo Araújo é mestre em Comunicação pela PUC/SP, onde também se formou como jornalista. Possui 12 anos de experiência em consultorias na área de serviços, tendo desenvolvido projetos de estratégia de marca e comunicação para empresas como Vale, Editora Globo, Novartis, Fiat e Syngenta. É jornalista e colaborador de publicações como Época Negócios, Pequenas Empresas&Grandes Negócios e Webinsider. É Professor dos MBAs e Masters da Business School São Paulo e PUC/MG. Vencedor, em 2012, do Prêmio Editora Globo de Jornalismo na categoria Educação e Cultura.
Ainda não foi mensurado os valores e nem tampouco tabelado os preços.