A imagem dos profissionais de Relações Públicas historicamente sempre foi muito atrelada aos bastidores de uma organização, afinal somos aqueles que planejam e executam estratégias de comunicação para conectar diversos públicos, sintonizando interesses em comum. No entanto, por vezes, essa questão é confundida com um outro ponto: a importância ou não do perfil de liderança no exercício profissional de um Relações Públicas.
Isto é, pouco importa se a função desempenhada tem visibilidade ou não, pois a necessidade de exercer um papel de líder para realizar um trabalho de excelência está vinculada à essência desta função e não aos seus holofotes.
Vejamos a relação entre a importância de um perfil de liderança e algumas das principais atribuições da profissão.
4 áreas em que precisamos ser líderes:
- Gestão de crises: por mais qualificado que seja o profissional responsável por gerenciar uma crise, ele terá muitas dificuldades se não for um bom líder. Esta atividade requer uma coordenação rápida, alinhada e sem ruídos, com um trabalho em equipe impecável.
- Comunicação interna: é uma tarefa que envolve um processo permanente de negociação para que os desejos e necessidades de todas as partes sejam sintonizados e atendidos. Mesmo não sendo sinônimos, negociação e liderança são indissociáveis.
- Assessoria de imprensa: aqui a negociação também é constante e evidente. Conquistar um espaço na mídia consiste em uma tarefa de relacionamento com influenciadores onde se busca equalizar o que ambas as partes necessitam.
- Gerência de comunicação: o nome do cargo é irrelevante, mas profissionais de Relações Públicas com a incumbência em alinhar objetivos de comunicação aos objetivos de negócio de uma organização devem ser líderes para terem mais êxito no desenvolvimento de sua atividade.
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E quais as funções em que não precisamos ser líderes?
É importante ressaltar que outros fatores também impactam nesse grau de importância do perfil de liderança, como aspectos atrelados à cultura organizacional, por exemplo.
No entanto, em geral, atividades de níveis mais operacionais, ferramentais e até tecnológicos têm uma necessidade menor de que os profissionais responsáveis exerçam um papel de líder.
Aqui, podemos citar as seguintes atividades:
- Gerenciamento de mídias sociais: quando a atribuição se restringe ao controle das publicações e interações com os públicos;
- Business Intelligence e áreas correlatas: em casos onde os dados analisados sirvam de base para uma tomada de decisão posterior e não pelo mesmo profissional;
- Cerimonialista: embora precisando estar preparado para gerir possíveis adversidades, o serviço habitual não precisa de um profissional com um perfil de liderança plenamente desenvolvido.
A lista de atribuições são bem maiores, nas duas situações. O importante nesses exemplos é perceber uma semelhança: funções estratégicas e táticas requerem preferencialmente Relações Públicas com capacidade de liderança.
E nós, RPs, precisamos de um líder?
É notório que não precisamos necessariamente aparecer na mídia, o que precisamos é gerar mídia para que a organização na qual trabalhamos ganhe visibilidade, por exemplo.
Essa tarefa é central na prática cotidiana da profissão, e de fato é muito comum que um Relações Públicas não receba os holofotes para si, mas o crie para outros profissionais.
Contudo, não é porque somos bons de bastidores que não podemos e devemos também, em alguns momentos, subir no palco e receber os holofotes. O jornalismo e a publicidade têm seus ídolos e líderes como William Bonner, Caco Barcellos e Nizan Guanaes. E nós, quem temos? O espaço está aberto para todo mundo, inclusive para você!
Mas quando o assunto é valorizar a área de Relações Públicas, então, ser protagonistas e líderes dessa história é nossa obrigação. Quer ler o manual do novo RP? Então clique aqui para baixar o livro Adeus, Golfinho Feio, do Guilherme Alf.
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